sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Metamorfoses da casa: Eugénio de Andrade


29 de Setembro: Arcanjos são Miguel, são Gabriel e são Rafael

O novo calendário reúne numa única celebração os três arcanjos que eram comemorados em dia diferentes. Este dia, seria a festa do arcanjo São Miguel, o antigo padroeiro da sinagoga e agora padroeiro universal da Igreja. São Gabriel é o anjo da Anunciação, enquanto São Rafael é invocado como guia dos que viajam.
A existência dos seres incorpóreos, que as Sagradas Escrituras chamam habitualmente de anjos, é uma verdade de fé.
Mas quem são os anjos? Eis a resposta de Santo Agostinho:"Angelus officii nomen est, non naturae...Anjo é denominação de encargo, não de natureza.Se perguntares pela denominação de natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo,é um anjo: é espírito por aquilo que é, e é anjo por aquilo que faz".
Os anjos são, pois, servidores e mensageiros de Deus.Pelo facto que "vêem sempre a face do Pai que está no céu", como se lê no Evangelho de Mateus, eles são executores poderosos de suas palavra, obedientes ao som da sua palavra"( Salmo 103,20).
São Miguel,como expressão da omnipotência de Deus,recebeu desde o começo da história do cristianismo, um culto particular. Constantino e Justiniano erigiram-lhe dois santuários nas duas extremidades de Bósforo.
Em Roma o arcanjo domina a cidade do alto da Mole Adriana, a qual tomou o nome de Castelo Santo Anjo.
São Gabriel,"aquele que está diante de Deus",é o anunciador por excelência das divinas revelações: anuncia ao profeta Daniel o retorno do exílio do povo eleito; leva a Zacarias a notícia da iminente concepção do precursor do Messias.Depois, é-lhe confiada a missão mais alta que possa ser dada a uma criatura: o anúncio a Maria da Encarnação do Filho de Deus.

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Equinócio de Outono 2017 22 setembro ÀS 20h:02m


Em 2017, o Equinócio de Outono, ocorre no dia 22 de setembro às 20h02 (tempo universal), 21h02 em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, e às 20h02 na Região Autónoma dos Açores. Este instante marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de dezembro às 16h28 em Portugal continental.
Equinócio: instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. A palavra de origem latina aequinoctium agrega o nominativo aequus (igual) com o substantivo noctium, genitivo plural de nox (noite). Assim significa “noite igual” (ao dia), pois nestas datas dia e noite têm igual duração, tal é a ideia que permeia a sociedade.

Sobre a duração igual das noites no equinócio, na realidade, não é bem assim… Os equinócios estão definidos como o instante em que o ponto central do sol passa no equador e, por isso, o centro solar nasce no ponto cardeal Este e põe-se exatamente a Oeste, encontrando-se durante 12 horas acima do horizonte matemático em qualquer lugar da Terra nestes dias.
Contudo este facto não resulta numa duração do dia solar de 12 horas, pois a luz direta no chão surge quando o bordo superior do sol nasce, tal como desaparece no ocaso, e o sol tem um diâmetro aparente de 32′ (minutos de arco). Além disso há refração atmosférica: quando o bordo superior está no horizonte o centro do sol encontra-se ≈50′ abaixo do horizonte, mais do que o seu diâmetro.
Com estas condições físicas e devido ao movimento da translação terrestre, apenas no dia 26 de setembro de 2017 haverá ≈12,014 horas com luz solar direta no solo. Nesse dia o disco solar nasce às 7h 28min e põe-se às 19h 27min em Lisboa, com apenas 51 segundos de desvio às 12h certas.
http://oal.ul.pt/equinocio-de-outono-2017/acedido a 22 de setembro de 2017.

Com a chegada do Inverno às 16h e 28min do dia 21 de dezembro 2017 iremos dizer adeus ao outono! 

domingo, 17 de setembro de 2017

Guia do utilizador da Biblioteca Escolar Clara de Resende


Imagem do mês de setembro 2017

UM MÊS UMA IMAGEM
Regresso às aulas...
in realidade do mundo atual
Biblioteca Escolar

NET SEGURA: Tiras BD SeguraNet nº3


Direitos inalienáveis do Leitor

1. O direito de não ler – porque não quero, porque não é oportuno, porque não!;
2. O direito de saltar páginas – e porque não? Quem disse que um livro se deve ler apenas da primeira à última página?;
3. O direito de não acabar um livro – bem… se esta lei não se aplicasse à minha pessoa, poderia armar-me em fundamentalista e dizer “Nem pensar! Já que o começaste a ler, termina-o!”, porém há livros que ficam, indefinidamente, na estante à espera que os reabra e leia;
4. O direito de reler – os livros que se relêem são como velhos amigos que se reencontram. Há sempre coisas novas a descobrir, características que antes não se notaram, defeitos para os quais se fechou os olhos, virtudes que surpreendem.
5. O direito de ler não importa o quê – quem disse que só se deve ler LITERATURA? Nem todos os livros que se encontram nas livrarias farão parte dos cânones literários… porém ajudam-nos a viajar nos sonhos. Aliás, podemos ler tudo: da bula do medicamento à revista de mexericos; dos livros de autoajuda aos tratados científicos; dos bestsellers na moda aos clássicos da literatura…
6. O direito de amar os “heróis” dos romances – Ah! Quantas vezes se suspira com aquele herói (ou mesmo anti-herói) do último livro lido!? Quantas vezes se discutem as suas ações ou o seu carácter? Tal como na adolescência, todos os amores são eternos… até aparecer um novo!
7. O direito de ler não importa onde – Pois claro! Nem todas as salas de leitura são convencionais… mas isso não interessa mesmo nada!
8. O direito de saltar de livro em livro – Um, dois, três, quatro… tantos quantos a nossa vontade o exigir!
9. O direito de ler em voz alta – sim, claro! Há palavras que só fazem sentido quando ditas em voz alta! Há textos cuja beleza não deve ficar escondido na mente.
10. O direito de não falar do que se leu – há segredos que devem ficar bem guardados!


CORPO-MAPA-LIVRO | Espetáculo seguido de oficina | Marina Nabais e Joana Pupo | BMAG

|Espetáculo seguido de oficina | Marina Nabais e Joana Pupo | BMAG | 17 de Setembro às 11:00

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

BEM-VINDOS!

Sejam Bem- vindos!
A Equipa da Biblioteca deseja a todos os membros da comunidade educativa um bom início de atividades letivas e um excelente ano escolar!



13 de setembro de 1877: Morre Alexandre Herculano, escritor, político, historiador...

13 de setembro de 1877: Morre Alexandre Herculano, escritor, político, historiador, figura cimeira do Romantismo português, autor de "Eurico, o Presbítero". Poeta, romancista, historiador e ensaísta português, Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu a 28 de Março de 1810, em Lisboa, e morreu a 13 de Setembro de 1877, em Santarém.
A sua obra, em toda a extensão e diversidade, ostenta uma profunda coerência,obedecendo a um programa romântico-liberal que norteou não apenas o seu trabalho mastambém a sua vida.
Nascido numa família modesta, estudou Humanidades na Congregação do Oratório, onde se iniciou também na leitura meditada da Bíblia, o que viria a marcar a sua mundividência. Impedido por dificuldades económicas e familiares de frequentar a Universidade, preparou-se para ingressar no funcionalismo, frequentando um curso prático de Comércio e estudando Diplomática na Torre do Tombo, onde aprendeu os rudimentos da investigação histórica. Por esta altura, com 18 anos, já se manifestava a sua vocação literária: aprendeu o francês e o alemão, fez leituras de românticos estrangeiros e iniciou-se nas tertúlias literárias da marquesa de Alorna, que viria a reconhecer como uma das suas mentoras. Em 1831, envolvido numa conspiração contra o regime miguelista, foi obrigado a exilar-se, primeiro em Inglaterra (Plymouth) e depois em França (Rennes).
No exílio, aperfeiçoou o estudo da história, familiarizando-se com as obras de historiadores como Thierry e Thiers, e leu os que viriam a ser os seus modelos literários: Chateaubriand, Lamennais, Klopstock e Walter Scott. Em 1832, participou no desembarque das tropas liberais em Mindelo e na defesa do Porto, onde foi nomeado segundo-bibliotecário e encarregue de organizar os arquivos da biblioteca. Entre 1834 e 1835, publicou importantes artigos de teorização literária na revista Repositório Literário,do Porto, (posteriormente compilados nos Opúsculos). Em 1836, por discordâncias com o governo setembrista, demitiu-se do seu cargo de bibliotecário e publicou o folheto A Voz do Profeta. Em Lisboa, dirigiu a mais importante revista literária do Romantismo português,O Panorama, para que contribuiria com diversos artigos, narrativas e traduções, nem sempre assinados. Em 1839, aceitou o convite de D. Fernando para dirigir as bibliotecas reais da Ajuda e das Necessidades, prosseguindo os seus trabalhos de investigação histórica, que viriam a concretizar-se nos quatro volumes da História de Portugal,publicados no decurso das duas décadas seguintes. Foi precisamente por essa altura que se envolveu numa polémica com o clero, ao questionar o milagre de Ourique, polémica que daria origem aos opúsculos Eu e o Clero e Solemnia Verba. Eleito deputado pelo Partido Cartista em 1840, demitiu-se no ano seguinte, desiludido coma actividade parlamentar.
Voltou à política em 1851, fundou o jornal O País, mas logo se desiludiu com a Regeneração, manifestando o seu desagrado pela concepção meramente material de progresso de Fontes Pereira de Melo. Em 1853, fundou o jornal O Português, e dois anos depois foi nomeado vice-presidente da Academia Real das Ciências e incumbido pelos seus consórcios da recolha dos documentos históricos anteriores ao século XV - tarefa que viria a traduzir-se na publicação dos Portugaliae Monumenta Histórica, iniciada em 1856. Neste mesmo ano tornou-se um dos fundadores do partido progressista histórico e em 1857 atacou a Concordata com a Santa Sé. Em 1858, recusou a cátedra de História no Curso Superior de Letras. Entre 1860 e 1865, envolveu-se em nova polémica com o clero,quando, ao participar na redacção do primeiro Código Civil Português, defendeu o casamento civil. Em 1865, fruto das suas reflexões, saíram os Estudos sobre o Casamento Civil. Em 1867, desgostoso com a morte precoce de D. Pedro V, rei em quem depositava muitas esperanças, e desiludido com a vida pública, retirou-se para a sua quinta em Vale de Lobos (comprada com o produto da venda das suas obras), onde se dedicaria quase exclusivamente à vida rural, casando com D. Maria Hermínia Meira, sua namorada da juventude.
Apesar deste novo e voluntário exílio, continuou a trabalhar nos Portugaliae MonumentaHistorica, interveio em 1871 contra o encerramento das Conferências do Casino, orientou em 1872 a publicação do primeiro volume dos Opúsculos e manteve correspondência com várias figuras da vida política e literária. Morreu de pneumonia aos 67 anos, originando manifestações nacionais de luto.
Alexandre Herculano. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
wikipedia (imagem)
Alexandre Herculano por João Pedroso

terça-feira, 12 de setembro de 2017

12 de Setembro de 1871: Morre o escritor Júlio Dinis

Escritor português, Júlio Dinis é o pseudónimo literário mais conhecido de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, entre os vários que o autor adotou ao longo da sua carreira literária. Nasceu a 14 de novembro de 1839, no Porto, e morreu a 12 de setembro de 1871, na mesma cidade. Licenciou-se em Medicina, mas dedicou-se sobretudo à literatura, podendo ser considerado como um escritor de transição, situado entre o fim do Romantismo e o início do Realismo. É autor de poesias, peças de teatro, textos de teorização literária, mas destaca-se sobretudo como romancista, deixando em pouco mais de trinta e dois anos de vida uma produção original e inovadora, que contribuiu grandemente para a criação do romance moderno em Portugal.Órfão de mãe aos seis anos,estudou na Academia Politécnica a partir de 1853, onde se relacionou com o poeta portuense Soares de Passos, e ingressou na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, em 1855, ano em que dois irmãos seus morrem, vítimas da tuberculose. Por essa altura, entrou para um grupo de teatro, o"Cenáculo", e escreveu as suas primeiras peças de teatro, que viriam a ser postumamente reunidas nos três volumes do Teatro Inédito, em 1946-1947. Em 1860, ano da morte de Soares de Passos,abandonou o "Cenáculo" e estreou-se na revista A Grinalda com poesias românticas que viriam afazer parte das Poesias (1870). Em 1861, concluiu o curso de Medicina. Nos dois anos seguintes,publicou em folhetim no Jornal do Porto alguns dos contos que seriam postumamente compilados em Serões da Província, assinando ora Júlio Dinis, ora Diana de Aveleda. Em 1863, passou uma temporada em casa de familiares, em Ovar, para se tratar da tuberculose, declarada um ano antes.Aí, descobre os encantos da vida rural, que estará presente em grande parte das suas obras - Júlio Dinis foi principalmente um escritor de espaços, oferecendo-nos quadros onde revela uma preocupação pela veracidade nas descrições das aldeias, dos ambientes e caracteres, e na evolução da intriga. Em 1865, ingressou na Escola Médico-Cirúrgica, onde se formara, como demonstrador. O seu primeiro romance, As Pupilas do Senhor Reitor, é publicado em folhetins no Jornal do Porto, em 1866, e em volume um ano depois. Seguem-se-lhe, em 1868, Uma Família Inglesa (retrato da vida citadina, dando especial relevo à pequena burguesia nascente) e A Morgadinha dos Canaviais, no mesmo ano em que As Pupilas do Senhor Reitor, adaptadas ao teatro, são representadas no Teatro da Trindade. Em 1869, parte para a Madeira, em busca de uma melhoria do seu estado de saúde, regressando, um ano depois, ao Porto, onde publica os Serões da Província. No mesmo ano, concluiu o seu quarto romance, Os Fidalgos da Casa Mourisca, cujas provas tipográficas já não acabará de rever. Em 1871, no mesmo ano em que As Pupilas do Senhor Reitor são representadas no Rio de Janeiro, assinalando já a celebridade do escritor além fronteiras, morre prematuramente, vítima da tuberculose. Em 1874, surge o volume póstumo das Poesias e, em 1910, a compilação de textos narrativos e teóricos Inéditos e Esparsos.
Júlio Dinis - cujo conhecimento da língua e da cultura inglesas (a sua mãe era de ascendência irlandesa) lhe possibilitou a leitura de novelistas como Jane Austen, Richardson, Thackeray e Dickens, cujas obras são marcadas pelo realismo psicológico - deixou uma produção romanescaeivada de componentes realistas e românticos. Assim, se a sua conceção do romance, exposta em Inéditos e Esparsos, baseada na lentidão da narrativa, na averiguação da verdade, no tratamento de temas familiares e quotidianos, o aproxima da estética realista, a idealização do campo, da mulher, da família, a tendência para a solução harmoniosa dos conflitos, o pendor moralizador dos desfechos das intrigas, o otimismo do seu ideal social, em que felicidade amorosa e harmonização social são indissociáveis, têm ressonâncias românticas.
Fontes:Júlio Dinis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

11 de setembro Morreu D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, “um homem da tolerância”

D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto,  sentiu-se mal esta manhã no Paço Episcopal do Porto e deu o alerta aos seus colaboradores mais próximos. O INEM ainda o socorreu no local, mas sem sucesso. O bispo do Porto acabou por morrer na residência episcopal na sequência de um ataque cardíaco.Tinha 69 anos.
D. António Francisco dos Santos foi ordenado bispo em 2005 e sucedeu a D. Manuel Clemente na liderança da diocese do Porto em fevereiro de 2014. Antes, tinha passado pela arquidiocese de Braga como bispo auxiliar e pela diocese de Aveiro como bispo titular, onde esteve sete anos.
O bispo nasceu em Tendais, concelho de Cinfães (Viseu), em 1948. Esteve nos seminários de Resende e de Lamego entre 1959 a 1971, tendo sido ordenado padre em 1972.
Licenciou-se em Filosofia em 1977 na École Pratique de Hautes Études Sociales, em Paris. No Instituto Católico de Paris, terminou o mestrado em Filosofia Contemporânea, em 1979, e tirou ainda o curso de Sociologia Religiosa.
D. António Francisco dos Santos era ainda presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé na Conferência Episcopal Portuguesa.
O presidente da câmara do Porto decretou três dias de luto, a partir de segunda-feira, dia 11, pela morte do bispo. Rui Moreira descreveu D. António Francisco dos Santos como uma “pessoa jovem e jovial, que tinha com as pessoas uma relação de enorme afetividade”, sublinhando ainda o “trabalho extraordinário” que estava a desenvolver “junto dos mais necessitados”.
“Tinha uma dimensão humana, religiosa e filosófica – era um filósofo, um homem da tolerância. (…) A cidade merecia ter um Bispo como o Sr. D. António Francisco. Ele esteve cá muito pouco tempo, mas deixa uma obra notável”, lê-se no comunicado da autarquia.
António Costa lamentou a morte do bispo do Porto, através do Twitter, referindo-se a D. António Francisco dos Santos como uma “referência inspiradora que transcende a diocese do Porto”. “Portugal perde um homem bom que eu apreciava escutar”, escreveu ainda o primeiro-ministro.

11 de setembro de 1891: Suicídio do poeta Antero de Quental

Antero de Quental c.de 1887

Antero de Quental é entre nós o grande criador de uma poesia filosófica romântica, influenciada pelos modelos alemães. Nasce em Ponta Delgada a 18 de abril de 1842, no seio de uma família nobre e com tradições literárias da ilha de S. Miguel. Em 1852, vai para Lisboa estudar no Colégio do Pórtico, fundado por António Feliciano de Castilho, com quem já aprendera francês e latim em Ponta Delgada, entre 1847 e 1850. Um ano depois regressa aS. Miguel, de onde partirá em 1855 para Coimbra, a fim de fazer os estudos preparatórios para o ingresso naUniversidade. Aos dezasseis anos, inicia o curso de Direito. Durante a sua permanência em Coimbra, assume-se como uma figura influente no meio estudantil coimbrão, tomando parte em várias manifestações académicas. É por esta altura que contacta com os novos autores e correntes europeias - o socialismo utópico de Proudhon, opositivismo de Comte, o hegelianismo, o darwinismo, as doutrinas de Taine, Michelet, Renan, o romantismo socialde Hugo - e, segundo confessará mais tarde, perde a fé. Em 1861, publica em edição limitada os Sonetos de Antero, obra dedicada ao poeta João de Deus, e, dois anos depois, os poemas Beatrice e Fiat Lux. Em 1865, publica as Odes Modernas, poesias de romantismo social, acompanhadas de uma "Nota sobre a Missão Revolucionária da Poesia". Em resposta à reação crítica de Castilho na carta-posfácio ao Poema da Mocidade, de Pinheiro Chagas, publica os opúsculos Bom Senso e Bom Gosto e A Dignidade das Letras e as Literaturas Oficiais, que desencadearam a Questão Coimbrã. Ainda no contexto da Questão Coimbrã, bate-se em duelo com Ramalho Ortigão, de quem viria a tornar-se amigo. Decide aprender o ofício de tipógrafo, primeiro em Lisboa e depois em Paris, onde conhece Michelet e lhe oferece um exemplar das Odes Modernas. Regressado a Lisboa em 1868, e depois de uma curta viagem à América do Norte, reúne-se com os seus antigos condiscípulos de Coimbra no "Cenáculo", grupo onde se discutem as doutrinas recentes e se descobrem os novos poetas (Baudelaire,Gautier, Nerval, Le conte de Lisle e o redescoberto Heine); fruto destes encontros, criação coletiva da Geração de 70, nasce o poeta satânico e dândi Carlos Fradique Mendes. Em 1871, organiza as Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, proferindo as duas primeiras, O Espírito das Conferências e Causas da Decadência dos Povos Peninsulares. No rescaldo da interrupção e da proibição das Conferências, consideradas subversivas pelo Governo, Antero vive a sua fase política mais intensa, fundando, com José Fontana, a I Internacional Operária em Portugal e também o jornal O Pensamento Social. Por esta altura, publica as primaveras Românticas e as Considerações sobre a Filosofia da História Literária Portuguesa. A partir de 1873, manifestam-se-lhe os primeiros sintomas de uma grave doença nervosa, que as mortes próximas da mãe e do pai acentuam, que o leva a consultar em Paris o famoso neurologista Charcot e a submeter-se, entre 1877 e 1878, a tratamentos de hidroterapia. Em 1875, publica uma segunda edição das Odes Modernas, atenuando-lhes o cunho revolucionário.Em 1880, adota duas órfãs, filhas do amigo e antigo colega de Coimbra Germano Meireles. Nessa altura, devido à doença, isola-se em Vila do Conde, continuando a escrever sonetos e ensaios filosóficos. Em 1886, publica os Sonetos Completos e o ensaio A Filosofia da Natureza dos Naturalistas. Em 1887, redige a célebre carta autobiográfica a Wilhelm Storck, seu tradutor alemão. Em 1890, publica o estudo filosófico Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX. No mesmo ano, em virtude do Ultimato inglês, regressa temporariamente à atividade pública, aceitando a presidência da efémera "Liga Patriótica do Norte". No dia 11 de setembro de 1891, suicida-se em Ponta Delgada.
Fontes:Antero de Quental. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
in http://estoriasdahistoria12.blogspot.pt/2016/09/11-de-setembro-de-1891-suicidio-do.html


Contemplação
Sonho de olhos abertos, caminhando
Não entre as formas já e as aparências,
Mas vendo a face imóvel das essências,
Entre idéias e espíritos pairando...

Que é o mundo ante mim? fumo ondeando,
Visões sem ser, fragmentos de existências...
Uma névoa de enganos e impotências
Sobre vácuo insondável rastejando...

E d'entre a névoa e a sombra universais
Só me chega um murmúrio, feito de ais...
É a queixa, o profundíssimo gemido

Das coisas, que procuram cegamente
Na sua noite e dolorosamente
Outra luz, outro fim só presentido...

Antero de Quental, in "Sonetos"

domingo, 10 de setembro de 2017

domingo, 3 de setembro de 2017

Santa Clara do Bonfim

A paróquia do Bonfim, no Porto celebra no 1º domingo de setembro a Festa em honra da Virgem e Mártir Santa Clara. Esta é uma das maiores festas da cidade, reunindo milhares de devotos e romeiros do Porto e arredores.
Santa Clara nasceu no tempo do Império Romano. Os seus pais não eram cristãos, professavam o paganismo. Mas, reza a tradição, um dia Clara sentiu-se interpelada pelo testemunho de fé dos jovens da sua idade que eram martirizados nas arenas de Roma, por ordem dos imperadores. Procurou conhecer a fé cristã e pediu o batismo.
Chamada a tribunal pelas autoridades do Império, defendeu a sua fé cristã e mostrou desejo de morrer por Cristo. Acabou martirizada no tempo das perseguições de Diocleciano e Maximiano, na mesma época em que as portuguesas Santas Quitéria, Liberata e Gema. Foi sepultada nas catacumbas de S. Calisto.
Em 1777, o Cardeal Caprara pediu permissão ao Papa Pio VI para por à veneração dos fiéis as relíquias de Santa Clara. Nessa época, estudava em Roma um cidadão do Porto, o pintor e professor de desenho da Academia do Porto, José Teixeira, que foi religioso leigo da Ordem de S. Bento. Com o desejo de enriquecer a Igreja do Bonfim com tão precioso tesouro, pediu ao Cardeal Caprara o corpo da Mártir, tendo este acedido ao pedido.
Dois anos depois, em 1779, o corpo de Santa Clara foi transportado de navio para Portugal. Durante esta viagem, a embarcação foi assolada por uma tempestade, mas por sua intercessão, nenhum mal aconteceu à tripulação. Antes de entrar em Portugal, passou por Barcelona, tendo sido procurada por grandes multidões. Em Saragoça, chegou a ser alvo dos esforços do Bispo local para ficar no altar de Nossa Senhora do Pilar. Em Lisboa, também foi alvo de cobiça de alguns párocos locais, tendo o mesmo sido verificado no Porto.
Após uma estadia na Igreja de Nossa Senhora do Terço e Caridade do Porto (Cimo de Vila) foi transladada, no primeiro domingo de Setembro de 1803, para a Igreja do Bonfim. Desde esta data, tornou-se alvo de grande devoção, sendo conhecida como a "Santa do Bonfim", intercessora e protetora dos marinheiros, mães com dores de parto e problemas de fala das crianças.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Calendário Escolar 2017-2018

Segundo o Despacho n.º 5458-A/2017, publicado pelo Ministério da Educação, no ano letivo 2017/2018 as aulas nos ensinos básico e secundário terão início entre 8 e 13 de setembro. O fim do próximo ano escolar ocorrerá entre 6 e 22 junho.

  •  9.º, 11.º e 12.º anos   -  6 de junho.
  • 5.º, 6.º, 7.º, 8.º e 10.º anos 15 de junho.
  • 1.º, 2.º, 3.º e 4.º anos  -  22 de junho.
O calendário do ano letivo inclui ainda as datas das provas de aferição do ensino básico, das provas finais de ciclo e dos exames nacionais do ensino secundário.
Provas de aferição do ensino básico
Os alunos do 2º, 5º e 8º anos de escolaridade terão de realizar provas de aferição.  Estas “avaliações” servem para aferir o que os alunos sabem, a nível nacional.
As provas de aferição irão decorrer entre 2 de maio e 18 de junho.
Provas finais do 3º ciclo
Os alunos do 9º ano prestarão provas entre 19 e 27 de junho (1ª fase). As provas finais influenciam a nota final do aluno (têm um peso de 30%).

Exames nacionais do ensino secundário
Os estudantes do 11.º e 12.º anos terão de realizar os exames nacionais, entre 18 e 27 de junho. Estas são as avaliações mais importantes: contam para a média do secundário e, em alguns casos, funcionam como provas de ingresso ao ensino superior.