quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Reflexões de Pai...

"A escola que queremos"

A escola é o espaço privilegiado dos nossos filhos, onde passam grande parte das suas vidas, onde adquirem os conhecimentos e as ferramentas fundamentais para a sua formação. A escola é também o meio onde socializam e onde apreendem a viver e a conviver com as adversidades da vida.
Assim sendo, a gestão do espaço-escola deve constituir uma preocupação de todos, a começar pelos professores, colaboradores, alunos e pais.
Contudo, quer os municípios e o governo deveriam assumir uma responsabilidade acrescida na boa gestão das nossas escolas.
Vamos então por partes. Estou convencido que na última década a qualidade do ensino público melhorou substancialmente, muito devido à excelente qualidade dos nossos professores, mas também devido à dedicação e empenhamento do corpo docente. E digo isto pela experiência de quem tem três filhos em estabelecimentos de ensino distintos. O papel dos alunos neste equilíbrio é obviamente crucial, mas muito dependente da formação e educação individual, pelo que os pais têm aqui uma responsabilidade acrescida. Entendo que apesar dos passos dados, torna-se necessário convergir pais, alunos professores e colaboradores, na gestão da vida da escola. As associações de pais e de alunos deveriam ter um papel mais interventivo, sendo que neste caso seria crucial dotar as instituições de condições para o efeito. A título de exemplo, proporia legislação que permitisse que os elementos que fazem parte das associações de pais tivessem um estatuto similar ao atribuído aos trabalhadores que integram os sindicatos. Desta forma, estaríamos a contribuir para um melhor desempenho do papel que cabe às associações de pais no trabalho de coadjuvação de gestão da escola. Em relação às associações de estudantes e sem por em causa o exercício da democracia, é necessário redefinir o exercício de um direito que considero fundamental para o referido equilíbrio. A consciencialização do desempenho de funções associativas carece de mais participação responsabilizada.
Em relação ao papel do estado na boa organização e gestão da escola, defendo políticas de educação a longo prazo, o que não se tem verifica em Portugal, muito devido à alternância do poder executivo e legislativo e consequentemente visões distintas com repercussões nefastas no sistema de educação. Assim a solução passaria por um pacto de regime que garanta a estabilidade do sistema de ensino português.
Mas cabe ao estado o papel impulsionador de um novo paradigma para a educação, que não hipoteque as gerações futuras. A este propósito, torna-se crucial uma intervenção das autarquias na gestão escolar, mediante transferência de competências e concomitantemente atribuição de responsabilidades. Por fim, e sendo a equidade a essência da harmonia que queremos para o nosso ensino, é fundamental que o estado considere o princípio da igualdade de oportunidades que, infelizmente não se reflete na nossa realidade. Mas este tema merece uma reflexão mais profunda que deixarei para uma próxima oportunidade.

Mário Jorge Rebelo
 pai  e EE de um aluno do 10º B

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