quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Apreciação crítica à peça de Gil Vicente"Auto da Barca do Inferno"

Foi no dia 23 de janeiro que visitei o clássico Teatro Sá da Bandeira para assistir à interpretação teatral de «Auto da Barca do Inferno», obra de Gil Vicente. O primeiro ponto que considero merecedor de crítica é o teatro em si. Estava sem dúvida bem arranjado, clássico em termos artísticos, pronto para o espetáculo. Agora sim em relação à peça. Desde já devo dar os parabéns a todos os membros da peça. O elenco era bom no geral, e houve uma grande capacidade de adaptação e entrega dos atores aos vários papeis que representaram. Apesar do geral bom trabalho, tenho de referir um personagem por entre todos: o Diabo. Este foi, sem dúvida, o mais cativante, algo que penso ter-se devido à qualidade das relações de ironia, piada e rigidez que estabeleceu nas suas falas. Mas como há quase sempre alguém que se destaque pela negativa, devo dizer que não apreciei de todo a atuação proposta para o Anjo. Falta de projeção de voz e ainda certos problemas em transmitir a mensagem pretendida foram, para mim, as principais causas desta frustração. Quanto aos adereços, para mim o melhor foi a bengala que o Diabo utilizou de forma ríspida e engraçada na interação com outras personagens, algo que se entrelaçou de forma muito interessante com a sua personificação. Em relação aos momentos divertidos ou inesperados, desde já devo assinalar a fantástica reação do público ao final da peça. Mas passando ao tópico em si, considero que os momentos mais divertidos foram proporcionados pelo Diabo. Já nos momentos inesperados, noto a participação de um aluno no teatro e ainda o facto de ter havido uma escolha surpreendente no elenco, já que foi uma mulher a interpretar o Anjo.
Para concluir, quero acentuar a simplicidade que o cenário transpareceu e a qualidade do jogo de luzes. Em suma, foi uma grande peça e um memorável espetáculo cuja visualização é por mim aconselhada a todas as faixas etárias.


João Pedro Pereira, nº 15, 9.ºG
Professora Raquel Ribeiro

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