domingo, 30 de agosto de 2020

Poema da semana


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Fernando Pessoa

sábado, 29 de agosto de 2020

Sugestão de Leitura_ A morte não é prioritária: biografia de Manoel de Oliveira

A morte não é prioritária : biografia de Manoel de Oliveira Manoel de Oliveira dedicou-se a tempo inteiro ao cinema numa idade em que a maioria das pessoas está já reformada: aos 70 anos. Mas isso não o impediu de filmar durante mais trinta e cinco anos. Este é, por isso, um livro sobre a capacidade de superação dos limites impostos pela vida, um livro acerca de um homem que esteve sempre pronto a começar de novo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Feira do Livro no Porto

A Feira do Livro do Porto, o o grande festival literário da cidade, decorre entre 28 de agosto e 13 de setembro,  nos Jardins do Palácio de Cristal para a celebração da leitura.
Serão mais de duas semanas de puro encontro com a palavra, em todas as suas formas de expressão ou apresentação: da literatura à poesia, da rádio à música, convergindo numa programação que se abre à "Alegria para o fim do mundo".

Um mote sugestivo face ao atual momento da história mundial, que parte aliás, de uma das escritoras residentes desta edição, Andreia C. Faria, que com Inês Lourenço compartilhará o processo dessa residência com o público, no final da Feira do Livro.

O poder da palavra no feminino, transversal em toda a estrutura programática, justifica duas homenageadas: a poeta Leonor de Almeida, personalidade ainda misteriosa para a generalidade do público, que verá o seu nome eternizado na Avenida das Tílias, e ainda a imunologista e também poeta Maria de Sousa, que faleceu recentemente vítima da Covid-19.

As comemorações dos 200 anos da Revolução Liberal do Porto entroncam na programação da Feira do Livro, que também contemplará lições, debates, um ciclo de cinema, conversas, concertos ao pôr do sol na Casa do Roseiral, jazz ao relento, palavra soprada, rádio, oficinas e espetáculos.

Nesta edição, a Câmara do Porto investe 125 mil euros, mais 25 mil euros comparativamente ao ano passado.

Com entrada limitada a 3.500 pessoas de cada vez, a Feira do Livro do Porto, organizada pelo Município nos Jardins do Palácio de Cristal desde 2014, estará ainda sob a vigilância atenta do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, organismo responsável pela limpeza especial do recinto.
Horários e Bilhetes: 
  • SEG A QUI: 12H00—21H30
  • SEX: 12H00—23H00
  • SÁB: 11H00—23H00
  • DOM: 11H00—21H30
A Feira do Livro do Porto aplica orientações destinadas à prevenção e mitigação dos riscos associados à propagação do novo vírus COVID-19. Por isso, a lotação do recinto será limitada a 3.500 pessoas em simultâneo e a circulação pelos Jardins do Palácio de Cristal condicionada durante este período.

Todas as atividades da programação terão uma lotação limitada, nuns casos de entrada livre, mediante ordem de chegada (Concha Acústica, Lago dos Cavalinhos, Ilha e Terreiro do Lago), noutros casos de entrada gratuita, mediante levantamento do bilhete 30 min. antes do início das atividades (na Biblioteca Municipal Almeida Garrett), ou 1h30 antes, no caso dos Debates e Quintas de Leitura, que decorrem no Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota.
Agradecemos a compreensão e colaboração para garantirmos segurança e espaço para todos.

"Alegria para o fim do mundo"


Horários e Bilhetes:

  • SEG A QUI: 12H00—21H30
  • SEX: 12H00—23H00
  • SÁB: 11H00—23H00
  • DOM: 11H00—21H30

A Feira do Livro do Porto aplica orientações destinadas à prevenção e mitigação dos riscos associados à propagação do novo vírus COVID-19. Por isso, a lotação do recinto será limitada a 3.500 pessoas em simultâneo e a circulação pelos Jardins do Palácio de Cristal condicionada durante este período.
Todas as atividades da programação terão uma lotação limitada, nuns casos de entrada livre, mediante ordem de chegada (Concha Acústica, Lago dos Cavalinhos, Ilha e Terreiro do Lago), noutros casos de entrada gratuita, mediante levantamento do bilhete 30 min. antes do início das atividades (na Biblioteca Municipal Almeida Garrett), ou 1h30 antes, no caso dos Debates e Quintas de Leitura, que decorrem no Super Bock Arena Pavilhão Rosa Mota.
Agradecemos a compreensão e colaboração para garantirmos segurança e espaço para todos.


terça-feira, 25 de agosto de 2020

Benefícios da Leitura...


Poema da Semana: Prece


PRECE

Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —,
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistemos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!

s.d.
Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934 (Lisboa: Ática, 10ª ed. 1972). - 73.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Orientações para a recuperação e consolidação das aprendizagens | Ao longo do ano letivo de 2020.21



Ano letivo 2020/2021
Prioridades da Rede de Bibliotecas Escolares para o ano letivo 2020/2021

No âmbito dos trabalhos de preparação do ano letivo 2020/2021, o Ministério da Educação definiu as prioridades de atuação das Bibliotecas Escolares.

No presente ano letivo, face à conjuntura, revelou-se necessário ajudar as bibliotecas a redefinirem linhas de atuação, ajustando a sua ação e o apoio prestado às necessidades.
Assim, para 2020/2021, são definidas as seguintes prioridades:

1. Trabalhar de forma colaborativa com os docentes, implementando em equipa atividades que contribuam para garantir as aprendizagens essenciais e as diferentes dimensões da aprendizagem, com vista ao desenvolvimento das competências previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória. Recorrer a metodologias ativas, considerando temas da atualidade, dando voz aos alunos e contribuindo para desenvolver capacidade crítica e interventiva;

2. Desenhar e implementar programas para capacitar os alunos para lidar com a informação (encontrar, validar, selecionar, usar), respeitando os direitos de autor. Propor atividades que, de forma sistemática, contribuam para empoderar os alunos, enquanto consumidores e produtores de media, tornando-os aptos a interagirem com os diferentes ambientes mediáticos, de forma informada, crítica e ética;

3. Desenhar, em colaboração com as várias estruturas da escola, propostas de trabalho que se constituam como respostas para reduzir as desigualdades e colmatar o efeito das aprendizagens não realizadas, visando a promoção da igualdade e equidade;

4. Continuar a desenvolver, de forma articulada e contínua, ações de promoção das competências e hábitos de leitura e escrita em diferentes formatos e modalidades. Assegurar que, ainda que venha a ser necessário um regime misto ou não presencial, essas ações não sejam descuradas, adaptando-se as práticas aos diferentes cenários de aprendizagem, mas mantendo-se o foco e a sistematicidade;

5. Promover a valorização do património (local e global), estimular a criatividade e constituir-se como agente transformador, capaz de desenvolver o gosto por diferentes manifestações culturais e criativas, enquanto marca distintiva da humanidade;

6. Apoiar a comunidade educativa, definindo e divulgando modos de concretização desse apoio e formando alunos, professores e agentes educativos para um acesso eficaz aos recursos (físicos e digitais), disponibilizados pela biblioteca e/ou por outras instituições; formar para o uso de ferramentas tecnológicas potenciadoras desse acesso;

7. Definir, implementar e consolidar a identidade digital, elaborando e implementando um plano que priorize o que se considera relevante: os canais a utilizar, bem como os serviços a prestar;
8. Atualizar e melhorar o tratamento técnico dos documentos disponibilizados pela biblioteca; pesquisar, localizar, avaliar, selecionar e partilhar conteúdos digitais relevantes para os diferentes públicos.

Estas prioridades pressupõe que as Bibliotecas Escolares articulem o seu trabalho com toda a escola, assumindo um papel significativo enquanto instrumento de promoção de melhores aprendizagens.
Para a sua concretização, são disponibilizados no portal RBE documentos orientadores e recursos de apoio. Continuará a ser efetuado acompanhamento de proximidade, bem como formação formal e informal nestas áreas.

Lisboa, 06 de agosto de 2020

24 de Agosto de 1820: Eclode a Revolução Liberal, no Porto

Há 200 anos, a 24 de agosto de 1820, o Porto dava início a uma mudança de regime no país, com a Revolução Liberal.
Na sequência das invasões francesas e da partida da família real para o Brasil, e não obstante as vitórias sobre as forças napoleónicas, Portugal tornou-se um país abandonado pelo seu rei nas mãos de uns quantos oficiais ingleses. Os portugueses sentiam que D. João VI descurara o reino, sentiam que a metrópole se tornara numa colónia do Brasil, sob influência britânica, situação agravada ainda pela constante drenagem de recursos para a colónia e o permanente desequilíbrio orçamental.Em 1817, várias pessoas foram presas sob a acusação de conspirarem contra a vida de Beresford e contra a regência. A sentença foi dura: a execução de doze portugueses, incluindo Gomes Freire de Andrade. Esta atitude, longe de acalmar os ânimos, antes os exaltou.Em 22 de janeiro de 1818, Manuel Fernandes Tomás fundou no Porto uma associação secreta - o Sinédrio -, cuja atividade consistia em acompanhar a atividade política e intervir, se fosse caso disso.No ano de 1820 vários fatores iriam contribuir para o agravamento da situação. O liberalismo triunfou em Espanha, aprofundando-se os já existentes contactos com liberais portugueses. Beresford partiu em fins de março para o Brasil, a fim de obter junto de D. João VI mais amplos poderes. O Sinédrio aproveita a sua ausência para aumentar significativamente o seu já grande número de membros e preparar irreversível e definitivamente a revolução.Assim, às primeiras horas da manhã de 24 de agosto de 1820, o exército, sob a liderança dos coronéis Sepúlveda e Cabreira, revoltou-se no Campo de Santo Ovídio, no Porto. De imediato se efetuou uma reunião na Câmara Municipal, formando-se uma Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, sob a presidência do brigadeiro-general António da Silveira. A Junta tinha como objetivos imediatos a tomada da regência do reino nas suas mãos e a convocação de Cortes que redigiriam a Constituição.Em Lisboa a regência tentou resistir, mas soçobrou perante um novo levantamento, a 15 de setembro, que formou um Governo Interino.Em 28 de setembro os revolucionários do Norte e do Sul juntam-se numa nova Junta Provisional, presidida por Freire Andrade (parente do mártir executado em 1817).
O novo Governo quase nada fez além de organizar as eleições para as Cortes. Estas, realizadas em dezembro de 1820, de imediato solicitaram o regresso à metrópole de D. João VI. Em janeiro de 1821 as Cortes elegeram um novo governo e uma nova regência (presidida pelo conde de Sampaio), para governar até ao regresso do rei.
Revolução de 1820. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.
wikipédia (imagens)


António da Silveira Pinto da Fonseca, Presidente da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino

O General de Brigada Sepúlveda, em gravura de 1822


Os dias de Job

Às vezes rezo
sou um cego e vejo
as palavras o reunir
das sombras

às vezes nada digo
estendo as mãos como uma concha
puro sinal da alma
a porta

queria que batesses
tomasses um por um os meus refúgios
estes dedos
inquietos na ignorância
do fogo

pois que tempo abrigará
os anjos
e que dia erguerá todo o sol
que há nas dunas

por isso
às vezes chove quando rezo
às vezes quase neva
sobre o pão
José Tolentino Mendonça

24 de agosto, Bartolomeu, o Apóstolo

SBLDTOSDFAEDILDMVMPMITCRDIAA
São Bartolomeu Apóstolo foi um dos apóstolos de Jesus Cristo. Seu nome vem do aramaico, com uma referência patronímica: Bar Talmay - filho de Talmay. Há historiadores que também mantêm uma referência patronímica, mas dá outro significado para o nome: Bar Ptolomeu - Filho de Ptolomeu.
São João Evangelista chamou-lhe Natanael (dom de Deus), enquanto os restantes evangelistas (São Mateus, São Lucas e São Marcos) o designam por Bartolomeu – Bart-Tolomai, filho de Tolmai. De acordo com a tradição cristã, terá sido o esposo nas bodas de Caná, em que Cristo realiza o seu primeiro milagre ao transformar a água em vinho.
Acompanha Jesus até à Sua morte, participando e assistindo às Suas pregações, milagres e outros episódios da Sua vida. Estava presente à beira do mar de Tiberíades quando Jesus, após a Sua Ressurreição, apareceu a alguns dos seus apóstolos.
Atribui-se-lhe grande apostolado na Índia, na Arábia e na Arménia. Segundo a lenda, nesta última região, possuía o Demónio um oráculo, prática que consistia em responder às perguntas dos seus seguidores pela voz do sibilo (bruxo) Astaroth. Todavia, quando São Bartolomeu entra no templo, logo a voz do Demo emudece. O santo ordena então ao Demónio que anuncie o nome de Jesus Cristo como o do verdadeiro Deus e destrua os ídolos pagãos existentes nos templos. E assim acontece.
Convidado por Astiage, que governava uma parte da Arménia, o santo aceita o convite, mas Astiage, traiçoeiramente, manda esfolá-lo vivo e cortar-lhe a cabeça – lenda religiosa que nasce no século XIII, com a indicação do martírio a 24 de Agosto, se bem que a morte aponte, também, para a crucificação e afogamento.
O seu poder de exorcista permanece no imaginário religioso popular, daí resultando a devoção e as práticas relacionadas com as possessões ou estados entendidos como demoníacos, ou atribuídos a entidades incorporadas nos pacientes, a pesadelos, terrores e outras coisas mais.
Várias são as versões para a trasladação das suas relíquias. Uma delas aponta para Lipari, a norte da Sicília, conquistada pelos Sarracenos em 838, que profanaram o seu túmulo, espalhando os ossos de São Bartolomeu pelas ruas.
Diz-nos ainda a tradição que, por inspiração do santo, estes brilharam de noite como estrelas, tendo sido recolhidos, piedosamente, pelo monge grego Teodoro. As relíquias são levadas em 839 para Benevento (Nápoles), em cuja catedral se lhe preparou uma capela própria.
A 25 de Agosto de 1338 voltam a ser trasladadas para uma sumptuosa basílica. Destruída esta por um terramoto, os ossos do santo, encontrados intactos, regressam de novo à catedral. Numa outra variante, as relíquias repousam na Basílica de São Pedro, em Roma, enquanto uma outra indica que transitaram no ano 1000 para a Igreja de Santo Adalberto, igualmente em Roma.
Devido ao seu martírio, São Bartolomeu é o padroeiro daqueles que trabalham em peles: curtidores, luveiros e encadernadores, entre outros.
SBLDTOMARDIA

domingo, 23 de agosto de 2020

Sugestão de Leitura: "Cão como nós" de Manuel Alegre


Com "manchas castanhas e uma espécie de estrela branca no meio da cabeça". Cão... como nós. Como nós, porque sabe da amizade (o cão é o melhor amigo do homem), da solidariedade, protege a criança, consola o dono, pressente a desgraça, 'chora' a morte. Mas também é altivo e irrequieto. Às vezes desobediente e exibicionista. Chama-se Kurika, e acompanhou o escritor e a sua família ao longo de anos. Aliás, ele 'é' parte da família, diz Manuel Alegre. Um livro alegre e comovente.

"...sendo sobre um cão, o livro é sobre os homens. Certos homens com um certo tipo de valores só aparentemente contraditórios: a liberdade e a fidelidade, a solidariedade, a independência, a altivez.
"(...) um belíssimo poema de amor de um homem a um cão. Como nós.
"(...) Por isso (a minha cadela, a gata) me tocou tanto este livro. E tenho a certeza que a tantos outros leitores, novos e velhos, pobres, ricos, remediados. Cada um a ver no Kuirika dos Alegre o seu Leão, o seu Tejo, o seu Farrusco, o seu Saikó, o seu Jimmy, a sua Mimi, a sua Ró-ró."
Adelino Gomes, Publico, Mil Folhas

"Na prosa desta pessoalíssima novela em forma de pequenas reflexões, Alegre consegue um equilíbrio perfeito entre um registo poético e humorístico. (...) Uma obra para ser lida por quem sabe de experiência própria. E porventura também pelos outros, já que não raras vezes... este cão fala por nós."
S.B.L., Visão

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Poema da Semana: "Autopsicografia"


"Autopsicografia"

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa

domingo, 16 de agosto de 2020

Sugestão de Leitura: "Contágio" de David Quammen

«CONTÁGIO»: UMA HISTÓRIA DOS VÍRUS QUE ESTÃO A MUDAR O MUNDO

«É nossa a responsabilidade pela epidemia do novo coronavírus. Pode ter começado com um morcego numa gruta, mas foi a actividade humana que o disseminou.»

Contágio é um notável ensaio escrito em 2012 por David Quammen, um dos mais reconhecidos nomes da literatura científica, um multipremiado jornalista cujas obras impressionam pelo talento da escrita.
Este é um livro sobre a história dos principais vírus zoonóticos que ameaçam os humanos e deixa um aviso: temos de nos preparar para o pior.

Numa narrativa que tem tanto de brilhante como de devastadora, Quammen põe a nu os efeitos perniciosos da globalização. Juntamente com alguns dos melhores cientistas do mundo, explica-nos como a invasão de ecossistemas milenares em prol de uma expansão económica sem limites, que nos deixa à mercê de infeções perigosas que nos são transmitidas pelos animais que prosperavam nos habitats que destruímos.
Esses vírus – como o Hendra, o Ébola, o VIH, ou mais recentemente, o SARS-CoV-2 – antes, contidos e limitados a um determinado espaço estão agora a circular entre os humanos com consequências catastróficas.

Uma leitura urgente, necessária e compulsiva para percebermos os dias que vivemos e aqueles que vêm por aí.

sábado, 15 de agosto de 2020

15 de Agosto: Nossa Senhora da Assunção

A Assunção de Nossa Senhora ao céu é celebrada anualmente a 15 de agosto.
Em 1º de novembro de 1950, o Papa Pio XII proclamou como dogma de fé a Assunção da Virgem Santíssima na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus afirmando que: “A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”.

A tradição católica afirma que aquando da morte de Virgem Maria, esta foi transportada em corpo e alma até aos céus para participar da glória de seu filho, Jesus Cristo.
Segundo teólogos, Maria terá morrido e, imediatamente, ressuscitado, tal como se tivesse apenas adormecido.
A Assunção de Maria é vista também como uma antecipação da ressurreição que os cristãos um dia irão experimentar.
NSARPNIJTFJPARDIA


sexta-feira, 14 de agosto de 2020

14 de Agosto de 1433: Morre D. João I, “O de Boa Memória”

D. João I- Museu Nacional de Arte Antiga

Monarca português, filho bastardo de D. Pedro I e de Teresa Lourenço, dama galega, nasceu a 11 de Abril de 1357, em Lisboa, onde faleceu a 14 de Agosto de 1433. Décimo rei de Portugal (1385-1433), foi o fundador da dinastia de Avis ou Joanina, sendo conhecido pelo cognome "de Boa Memória".Educado por um mestre da Ordem de Cristo, foi nomeado, com apenas seis anos, Mestre da Ordem de Avis por D. Pedro I e armado cavaleiro. Durante o reinado de D. Fernando, seu meio-irmão, começa a desempenhar papéis de certo relevo, como o da negociação do casamento de D. Beatriz com o rei de Castela. A rainha D. Leonor Teles vê no Mestre de Avis um obstáculo e um adversário na sua influência sobre D. Fernando, sendo D. João considerado o chefe dos que se opõem à acção de Leonor Teles e do Conde Andeiro. Após a morte de D. Fernando, em 1383, entra-se num período de agitação e de crise na sucessão da Coroa, dado não haver herdeiro varão e D. Beatriz estar casada com o rei de Castela. Estava ainda em causa a independência nacional.Formam-se dois partidos, um a favor e outro contra D. Beatriz como rainha de Portugal, e D. João aceita a chefia do movimento popular que luta contra a hipótese de Portugal vir a ter um rei estrangeiro. Este movimento tem o apoio da burguesia. Assim, participa no assassínio do Conde Andeiro e é proclamado "regedor e defensor do Reino". Prevendo a invasão do país por Castela, que queria impor os direitos de D. Beatriz, começa a preparar a defesa, onde se vai destacar Nuno Álvares Pereira. Segue-se um período de lutas em que se salienta a Batalha de Atoleiros e o Cerco de Lisboa, por terra e mar, em 1384, durante vários meses. Em Abril de 1385 reúnem-se as Cortes em Coimbra, onde, pela acção e grande poder oratório do Dr. João das Regras, D. João é eleito rei. A luta contra Castela e seus partidários vai continuar, e, em 14 de Agosto de 1385, obtém-se uma grandiosa vitória na Batalha de Aljubarrota, a que se segue a vitória em Valverde. Pela vitória em Aljubarrota e em cumprimento de uma promessa, D. João I manda construir o Mosteiro da Batalha, um belo exemplar da arte gótica. A luta com Castela e seus partidários vai continuar, mas mais esporadicamente, até que em 1411 se estabelece em definitivo a paz. Entretanto, em 1387, D. João I casa com D. Filipa de Lencastre, na sequência do Tratado de Windsor, celebrado com a Inglaterra. Desta união nascerá a "Ínclita Geração" - D. Duarte, Infante D. Pedro, Infante D. Henrique, D. Isabel e Infante D. Fernando, o Infante Santo.D. João I, que subiu ao trono com o grande apoio que teve das massas populares e da burguesia, quando as lutas com Castela estabilizaram, começou uma política centralizadora do poder, reduzindo a influência do clero e da nobreza, apropriando-se dos bens dos que eram apoiantes de Castela, espaçando a reunião das Cortes, e procurando reaver algumas das terras doadas.É no reinado de D. João I que têm início as conquistas no Norte de África e que começa a gesta dos Descobrimentos, pela acção do Infante D. Henrique. Assim, em 1415 dá-se a expedição a Ceuta, que é conquistada em 21 de Agosto. Após a sua conquista são armados cavaleiros, na mesquita daquela praça-forte, os príncipes D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique. Entretanto, na véspera da partida de Lisboa, falecera a rainha D. Filipa de Lencastre.Após o regresso de Ceuta, o infante D. Henrique vai dar início à epopeia dos Descobrimentos. No reinado de D. João I são descobertas as ilhas de Porto Santo (1418), da Madeira (1419) e dos Açores (1427), além de se fazerem expedições às Canárias. Tem início, igualmente, a colonização dos Açores e da Madeira.D. João I era um rei culto, dada a sua formação na Ordem de Avis, e, por isso, mandou redigir a Crónica Breve do Arquivo Nacional, mandou traduzir o Novo Testamento e vidas de santos, e escreveu o Livro da Montaria.
Em 1412 associou ao governo do reino o seu filho D. Duarte, que lhe sucederia. D. João I faleceu em 1433 e encontra-se sepultado no Mosteiro da Batalha.

D. João I. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

13 de agosto – Dia Mundial do canhoto

Comemorado desde a década de 70, em 1992, o dia 13 de Agosto, foi considerado como o Dia Internacional dos Canhotos. A comemoração deste dia tem sido uma forma de chamar a atenção para as pessoas que têm a mão esquerda como dominante e principalmente para não serem discriminadas num mundo em a grande maioria da população usa a mão direita – os destros.

Essencialmente, o objetivo foi o de desmistificar o uso da mão esquerda para tarefas habitualmente realizadas com a direita. Segundo os estudos cerca de 90% da população é destra e atualmente existem mais jovens canhotos do que idosos canhotos. Possivelmente porque antes os canhotos eram discriminados pela sociedade e, portanto, castigados até “corrigir” o que era considerado um “erro”. Felizmente, o estigma foi-se dissipando.

Eventuais dificuldades encontradas pelos canhotos podem são ultrapassadas com utensílios próprios e comercializados para o esquerdino.

Para escrever, por exemplo, é frequente um canhoto entortar a mão e deitar-se em cima da mesa para conseguir ler enquanto escreve. Já quando se sentam à mesa, um dos primeiros gestos é trocar os talheres. A maior dificuldade surge com a faca de peixe e com as tesouras, o uso das tesouras e alicates de corte estão claramente concebidos para os destros e continua a não ser fácil usar esses utensílios.

Essas dificuldades enfrentadas pelos canhotos começam ainda na infância, quando alguns pais obrigam os filhos a escrever com a mão direita. A psicologia salienta a possibilidade de ocorrência de sérios problemas de aprendizagem para casos como esses. Até mesmo a rotina diária de um canhoto pode se mostrar uma tarefa complexa. O canhoto terá de aprender a mudar a velocidade do carro com a mão direita, e não com a esquerda, que seria seu primeiro impulso. Em casos mais graves, acidentes de trabalho em função da necessidade de adaptação a máquinas e instrumentos originalmente projetados para destros. O uso do computador também fica prejudicado, já que os números e as setas direcionais do teclado do computador estão todas no lado direito. Até maçanetas são projetadas para destros.

O cérebro divide-se em dois hemisférios – direito e esquerdo – e cada um controla os movimentos da parte oposta do corpo. Ou seja, os gestos que fazemos com a mão esquerda, o pé esquerdo e o olho esquerdo são controlados pelo hemisfério direito, enquanto os movimentos do lado direito do corpo são controlados pelo hemisfério esquerdo. Assim sendo, uma vez que a maioria das pessoas é destra o hemisfério que predomina é o esquerdo. Nos indivíduos canhotos é o hemisfério direito que lidera.

São vários os estudos que indicam que os canhotos pensam mais rápido quando praticam determinadas atividades como: conduzir, jogos de computador ou praticam desporto. Pesquisas recentes referem que os canhotos têm uma ligeira vantagem de pensamento em relação aos destros, o que seria explicado pelo fato de os destros utilizarem apenas um hemisfério (o direito) para processar a linguagem e muitos canhotos usarem os dois hemisférios, esta vantagem é visível em várias atividades. O uso de ambos os hemisférios, torna o indivíduo mais imaginativo, mais capaz de resolver questões difíceis do seu dia-a-dia e há mesmo investigadores que afirmam que os canhotos têm uma visão diferente do mundo ou que são mais suscetíveis a uma série de problemas de saúde.

Uma das razões para que se tenha desmistificado o facto de ser canhoto, foi o de se ter passado a associar esta característica a nomes sonantes que são ou foram canhotos. Exemplos de canhotos famosos são: Albert Einstein, Alexandre o Grande, Ayrton Senna, Bill Gates, Charlie Chaplin, Gandhi, Leonardo da Vinci ou Beethoven, Paul McCartney, Pelé, entre outros.
in sns.gov.pt

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Ao fim são muito poucas as palavras
que nos doem a sério e muito poucas
as que conseguem alegrar a alma.
São também muito poucas as pessoas
que tocam o nosso coração e menos
ainda as que o tocam muito tempo.
E ao fim são pouquíssimas as coisas
que em nossa vida a sério nos importam:
poder amar alguém, sermos amados
e não morrer depois dos nossos filhos.

Amália Bautista

domingo, 9 de agosto de 2020

Sugestão de Leitura: "A Vida Sonhada das Boas Esposas", de Possidónio Cachapa

 
O novo romance de Possidónio Cachapa é um olhar contemporâneo sobre o papel da mulher, a expressão da sua sexualidade e a visão que a família e a sociedade mantêm sobre ela à medida que o tempo passa. 
 "Só no momento em que, já no cemitério, fecharam a urna e percebera que seria a última vez que veria o copo do marido sentira que o pranto que lhe saía era realmente sincero. Chorava, não tanto por ele, mas mais por ver desaparecer uma coisa a que se habituara." É um título que além de ser num ápice, deixa o leitor preso do primeiro ao último segundo. A mensagem que Possidónio Cachapa transmite ao longo das breves páginas, faz-nos refletir sobre valores familiares, amizades e, ao que devemos dar - ou não - importância no decorrer dos nossos dias.
Biblioteca Escolar

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL: Prioridades da Rede de Bibliotecas Escolares para o ano letivo 2020/2021


Ano letivo 2020/2021
Prioridades da Rede de Bibliotecas Escolares para o ano letivo 2020/2021

No âmbito dos trabalhos de preparação do ano letivo 2020/2021, o Ministério da Educação definiu as prioridades de atuação das Bibliotecas Escolares.

No presente ano letivo, face à conjuntura, revelou-se necessário ajudar as bibliotecas a redefinirem linhas de atuação, ajustando a sua ação e o apoio prestado às necessidades.
Assim, para 2020/2021, são definidas as seguintes prioridades:

1. Trabalhar de forma colaborativa com os docentes, implementando em equipa atividades que contribuam para garantir as aprendizagens essenciais e as diferentes dimensões da aprendizagem, com vista ao desenvolvimento das competências previstas no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória. Recorrer a metodologias ativas, considerando temas da atualidade, dando voz aos alunos e contribuindo para desenvolver capacidade crítica e interventiva;

2. Desenhar e implementar programas para capacitar os alunos para lidar com a informação (encontrar, validar, selecionar, usar), respeitando os direitos de autor. Propor atividades que, de forma sistemática, contribuam para empoderar os alunos, enquanto consumidores e produtores de media, tornando-os aptos a interagirem com os diferentes ambientes mediáticos, de forma informada, crítica e ética;

3. Desenhar, em colaboração com as várias estruturas da escola, propostas de trabalho que se constituam como respostas para reduzir as desigualdades e colmatar o efeito das aprendizagens não realizadas, visando a promoção da igualdade e equidade;

4. Continuar a desenvolver, de forma articulada e contínua, ações de promoção das competências e hábitos de leitura e escrita em diferentes formatos e modalidades. Assegurar que, ainda que venha a ser necessário um regime misto ou não presencial, essas ações não sejam descuradas, adaptando-se as práticas aos diferentes cenários de aprendizagem, mas mantendo-se o foco e a sistematicidade;

5. Promover a valorização do património (local e global), estimular a criatividade e constituir-se como agente transformador, capaz de desenvolver o gosto por diferentes manifestações culturais e criativas, enquanto marca distintiva da humanidade;

6. Apoiar a comunidade educativa, definindo e divulgando modos de concretização desse apoio e formando alunos, professores e agentes educativos para um acesso eficaz aos recursos (físicos e digitais), disponibilizados pela biblioteca e/ou por outras instituições; formar para o uso de ferramentas tecnológicas potenciadoras desse acesso;

7. Definir, implementar e consolidar a identidade digital, elaborando e implementando um plano que priorize o que se considera relevante: os canais a utilizar, bem como os serviços a prestar;
8. Atualizar e melhorar o tratamento técnico dos documentos disponibilizados pela biblioteca; pesquisar, localizar, avaliar, selecionar e partilhar conteúdos digitais relevantes para os diferentes públicos.

Estas prioridades pressupõe que as Bibliotecas Escolares articulem o seu trabalho com toda a escola, assumindo um papel significativo enquanto instrumento de promoção de melhores aprendizagens.
Para a sua concretização, são disponibilizados no portal RBE documentos orientadores e recursos de apoio. Continuará a ser efetuado acompanhamento de proximidade, bem como formação formal e informal nestas áreas.

Lisboa, 06 de agosto de 2020

domingo, 2 de agosto de 2020

Sugestão de Leitura: "Quando a amizade me seguiu até casa" de Paul Griffin

SINOPSE
Ben é órfão, tem doze anos e nunca foi bom a fazer amigos. Depois de ter conhecido sucessivas famílias de acolhimento, está consciente de que as pessoas se podem afastar de um dia para o outro. Ben gosta de passar o seu tempo a ler livros de ficção científica. Porém, tudo muda na sua vida quando resgata um rafeiro que encontrou nas traseiras da biblioteca de Coney Island. Flip, o cãozito, leva-o a travar amizade com uma rapariga chamada Halley - sim, o mesmo nome do cometa. Halley também devora livros e convence Ben a escrever um romance com ela. À medida que a escrita do livro avança, Ben vê-se confrontado com uma série de peripécias e com o significado da amizade e da família. Uma história adorável que emociona e encanta qualquer leitor.

Um livro, uma viagem, um farol