quarta-feira, 30 de setembro de 2020

A falsa igualdade no acesso ao ensino superior em 2020

 "Enquanto aluna de um colégio, tive sempre noção de que na corrida que é o acesso ao ensino superior, partia 300 metros à frente dos meus colegas do ensino público. Desde um maior apoio na preparação para os exames às médias internas mais altas, era para mim claro que a recompensa não chegava de forma igual a todos.

Todos os anos, no dia das colocações no ensino superior, o Facebook enche-se dos prints dos resultados, que são recebidos em entusiasmo com inúmeros comentários de parabéns vindos de pais, amigos, amigos dos pais e até daquele familiar com quem não se falava há anos. É o dia em que todos os estudantes do país sentem que o trabalho dos últimos três anos foi recompensado. Ou assim deveria ser. Mas será que esta recompensa chega, realmente, de forma igual a todos?

Enquanto aluna de um colégio, tive sempre noção de que na corrida que é o acesso ao ensino superior, partia 300 metros à frente dos meus colegas do ensino público. Desde um maior apoio na preparação para os exames às médias internas mais altas, era para mim claro que a recompensa não chegava de forma igual a todos.

Se este fosso já é alarmante, e até muitas vezes cruel, infelizmente, este ano, assistimos a um fosso ainda maior ao nível das disparidades — provocado pela pandemia que afetou, particularmente, as classes mais baixas, aliada a um fraco apoio no ensino à distância por parte do ensino público, que se tem refletido num aumento da procura do privado. Se estes dois pontos já eram gravíssimos no contributo para a desigualdade no acesso ao ensino superior, a gestão, por parte do Ministério da Educação, da pandemia transformou os 300 metros de desvantagem em muitos quilómetros.

A subida sem precedentes das médias dos exames nacionais levou a que os exames, outrora ferramentas importantes para suavizar o benefício a priori dos alunos do privado, deixassem de o ser. Várias medidas do Ministério da Educação podem ter contribuído para isto.

Em primeiro lugar, o facto de os exames terem passado de obrigatórios a apenas necessários para admissão à faculdade poderia explicar a subida das médias: podíamos deduzir que alunos que querem seguir o ensino superior numa certa área terão, à partida, mais aptidão para essa área e, portanto, as notas desses alunos seriam melhores. Contudo, ao analisarmos os dados do Instituto de Avaliação Educativa (Iave) relativamente ao número de provas das disciplinas em que as médias mais subiram, por exemplo Biologia, percebemos que houve um decréscimo de apenas 3% no número de alunos a realizar o exame, o que não justifica a subida da média de 3,2 valores, segundo a Uniarea. Também em Físico-Química, embora 95% do número habitual de alunos tenha realizado o exame, a média subiu, segundo a Uniarea, 3,3 valores.

O verdadeiro problema, no entanto, não é a subida das médias, mas sim a distribuição anormal das notas, que leva a que não haja diferenciação dos alunos. A medida de tornar algumas perguntas obrigatórias e outras opcionais nos exames fez com que, por exemplo, um 20 a Matemática correspondesse a acertar quatro perguntas obrigatórias (que totalizavam 7,2 valores) e apenas oito das 14 opcionais (podendo o aluno responder a todas sem penalização), tornando os 20 deste ano notas que estariam entre 14,5 e 20. A moda do exame de Matemática passou de oito, em 2019, para 19 e a de Físico-Química passou de seis para 18. Retirar o mérito aos alunos realmente bons permite que alunos com médias internas tendencialmente mais altas, tradicionalmente do ensino privado, sejam beneficiados."

Beatriz Meneses Moutinho

Estudante de Economia da FEP 

e vice-presidente da Sociedade de Debates da U.P.

in Jornal Público


Morreu o cartoonista Quino, o pai da rebelde, feminista e inconformada Mafalda

Quino, nome por que era conhecido na família e que depois adoptou enquanto autor de BD, era filho de imigrantes espanhóis da Andaluzia. A Mafalda é apenas uma das personagens – mas indubitavelmente a mais conhecida – a que deu vida ao longo da sua carreira.

Autor de BD, historiador gráfico e ensaísta, Quino conheceu o mundo do desenho ainda criança, por via da relação com um tio desenhador gráfico, que entretinha os seus três sobrinhos com essa sua arte.

Foi do traço de Quino que, entre outras personagens, nasceu Mafalda. As linhas davam forma ao cabelo e à fisionomia icónica daquela criança de seis anos que, desde a sua conceção, servia como palco para a defesa pela igualdade de direitos para as mulheres — mas também para as críticas sociais, polícias e económicas que o ilustrador achava imprescindíveis serem feitas ao seu país, a Argentina.

Mafalda era a rapariga feminista, irreverente, respondona e sempre pronta a desafiava as convenções do seu tempo. Ao fazê-lo, trazia para junto dos leitores uma discussão que tem anos, mas que em 2020 ainda está a ser tida em vários cantos do mundo. Num dos seus desenhos mais icónicos, Joaquín Salvador Lavado Tejón, assim era o nome completo de Quino, mostra Mafalda deitada na praia, para espanto da mãe, rodeada de pequenos montinhos de areia sorridentes.

Quando esta, surpreendida pelo comportamento da filha, a questiona, a resposta surge como Mafalda já nos tinha vindo a habituar: "Não é nada demais, queria apenas saber como era sentir-me uma rapariga sexy."


Além da causa feminista, por que Quino referiu por diversas vezes sentir afinidade, o ilustrador argentino estava também sempre atento à atualidade. E porque a ficção tem este poder, através da análise de novos fenómenos sociais, políticos e tecnológicos, prever cenários futuros passíveis de se concretizar, não é de estranhar que uma das mais recentes ilustrações do desenhador tenha posto Mafalda junto a um planeta Terra doente e fragilizado. Em pleno surto provocado pela doença da COVID-19, nunca olhar para trás pareceu tão importante. 




Um livro por semana: Um livro assustador "A Guerra dos Mundos"

 

“Ninguém pensou nos mundos antigos do espaço como fontes de perigo para os humanos, ou pensou neles apenas para descartar a ideia de que poderiam suportar a vida por ser impossível ou improvável. É curioso recordar alguns dos hábitos mentais desses dias passados. Quando muito, os homens terrestres fantasiavam que talvez existissem outros homens em Marte, talvez inferiores a eles próprios e dispostos a acolher uma iniciativa missionária. No entanto, no abismo do espaço, mentes que estão para as nossas como as nossas estão para os animais que são abatidos, intelectos vastos, frios e insensíveis, olham para esta Terra com olhos invejosos, traçando lenta e implacavelmente os seus planos contra nós. E no início do século vinte, veio a grande desilusão.“

in PNL

Poema da Semana "Árvore"

 Árvore

Onde os frutos maduram:

sal e sol em minhas veias,

luz e mel em boca alheia.

Onde plantei

a alta acácia das febres

eu mesmo me deitei,

para ser a raiz da semente,

e de madeira e seiva

se fez o meu corpo.

Agora,

chove dentro de mim,

em minhas folhas se demoram gotas,

suspensas entre um e outro Sol.

Em mim pousam

cantos e sombras

e eu não sei

se são aves ou palavras.

Mia Couto, em Vagas e Lumes

terça-feira, 29 de setembro de 2020

29 de setembro: Dia dos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel

O Dia dos Santos Arcanjos Miguel, Rafael e Gabriel comemora-se a 29 de setembro.

Estes três arcanjos destacam-se entre os sete anjos de Deus referidos na Bíblia, o grupo restrito dos sete espíritos puros e seres mais perfeitos alguma vez criados, que são mensageiros dos decretos divinos na Terra.

A palavra “Arcanjo” significa anjo principal e “anjo” mensageiro. Além de mensageiros, partilhando grandes novas ao mundo, os arcanjos são os protetores dos homens.

A crença popular é que no Dia dos Arcanjos as pessoas recebem forças dos anjos para os meses de outono e de inverno e que o tempo do outono depende da meteorologia deste dia: se fizer sol no Dia dos Arcanjos, o outono vai ser solarengo e agradável; se fizer chuva neste dia, o outono já vai ser chuvoso e frio.

Arcanjo Miguel

Considerado o chefe dos anjos e o protetor do trono celeste e do seu povo, o Arcanjo Miguel derrotou o Diabo em combate, sendo visto como o padroeiro da Igreja Católica.

Acredita-se que o Arcanjo Miguel é quem guarda os portões do paraíso e quem decide se uma alma entra ou não no céu. Encontram-se muitas igrejas dedicadas a ele na Alemanha, visto ter sido o padroeiro deste país. Miguel significa “quem como Deus”.

Arcanjo Rafael

Rafael, cujo nome significa “Deus cura” ou “medicina de Deus”, é o guardião da saúde dos seres humanos, física e espiritual, estando responsável pela proteção dos doentes. Ele surge no Antigo Testamento no livro de Tobit, a quem restitui a vista.

Arcanjo Gabriel

O Arcanjo Gabriel foi quem anunciou a Santa Maria a chegada de Cristo ao mundo, e quem anunciou o nascimento de São João Batista. Como mensageiro divino é representado com uma trompeta e é encarado como padroeiro dos correios.

O seu nome significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”.

SMSRSGPIARDARPNPAAA

Com um terço em suas mãos fale a oração em voz alta: “Anjos e arcanjos poderosos, ajudem-me a mudar ou subir de cargo no meu trabalho para que eu possa melhorar o sustento da minha família. Que o meu esforço seja reconhecido pelos meus superiores e que eu tenha o meu desejo concedido pelos seres celestiais”.

Após isso, continue segurando o terço e reze um Crede e uma Salve-Rainha. Leve o terço para o seu local de trabalhe e guarde em uma gaveta por lá até que alcance o seu objetivo.


sábado, 26 de setembro de 2020

26 de setembro: Dia Europeu das Línguas

Em 2001 celebrou-se pela primeira vez o Ano Europeu das Línguas (AEL), por iniciativa conjunta do Conselho da Europa e da Comissão Europeia, visando celebrar a diversidade linguística como uma riqueza do património comum da Europa a preservar. Foi ainda objetivo de AEL-2001 promover o multilinguismo e motivar os cidadãos europeus para a aprendizagem de línguas.

Foi, então, instituído o Dia Europeu das Línguas (DEL), que se celebra todos os anos no dia 26 de setembro. As competências linguísticas são essenciais para garantir a equidade e a integração. Na atual conjuntura de crescente mobilidade, globalização da economia e tendências económicas em constante mudança, é mais óbvia do que nunca a necessidade de aprender línguas e desenvolver uma competência plurilingue e intercultural.

Sugere-se a consulta do sítio Web do DEL, onde consta informação detalhada, em 25 línguas, sobre a diversidade linguística, em particular no continente europeu, sobre o DEL e propostas de atividades.

Declaração do Conselho da Europa sobre o DEL: PT | EN/FR

in DGE


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Covid-19 “para totós”

Vídeo sobre protecção contra o vírus vence ABCovid

Tomás Oliveira, de 17 anos, venceu o concurso escolar com o vídeo Covid-19 simplificado para totós, pela Escola Artística António Arroio, em Lisboa, o que lhe valeu um prémio de 3000 euros. Tomás orienta uma explicação gráfica simples sobre a razão pela qual a máscara é importante na protecção contra o novo coronavírus — uma mensagem “especialmente dirigida àqueles que, apesar de fazerem as regras básicas para evitar o contágio, continuam a recusar-se a usar máscara”, conta ao P3.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

início do outono: 22 de setembro

    
    Também conhecido como equinócio do outono, este é o nome que se utiliza na Astronomia para o fenómeno que marca o final do verão e chegada da nova estação, o outono. 
    O equinócio de outono assinala o instante em que o Sol, tal como o vemos a partir da Terra, cruza o plano do equador celeste, o que se verifica em setembro no hemisfério norte e em março no hemisfério sul. 
    O outono do hemisfério norte é o "outono boreal" enquanto o outono do hemisfério sul chama-se "outono austral".

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

LER - Leitura e Escrita: Recursos

O Plano Nacional de Leitura (PNL2027) e a Fundação Belmiro de Azevedo – EDULOG - lançam publicamente a Plataforma LER – Leitura e Escrita: Recursos, numa sessão online, no dia 22 de setembro, às 15:00h.

A apresentação conta com as intervenções de João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Isabel Alçada, Representante do Conselho Consultivo do EDULOG, Teresa Calçada, Comissária do PNL2027, Isabel Leite, Consultora do Projeto LER. A equipa de investigadores, constituída por Iolanda Ribeiro e Fernanda Leopoldina Viana (Universidade do Minho), Ana Paula Vale (Universidade de Trás-os-Montes), São Luís Castro e Rui Alves (Universidade do Porto), Alexandra Reis e Luís Faísca (Universidade do Algarve), Tânia Fernandes (Universidade de Lisboa) e José Morais (Universidade Livre de Bruxelas), na qualidade de coordenador científico deste trabalho colaborativo, fará uma breve apresentação dos recursos disponíveis na Plataforma LER. A sessão terá a moderação da jornalista Bárbara Wong.

A apresentação da plataforma LER e discussão pública poderá ser acompanhada em direto através do Facebook e do Youtube do PNL2027.

A Plataforma LER - Leitura e Escrita: Recursos, iniciada há três anos e desenvolvida pelo PNL2027 com o apoio financeiro e técnico-científico da Fundação Belmiro de Azevedo – EDULOG, é agora dada a conhecer com o propósito de oferecer a todos os responsáveis pelo ensino da leitura e da escrita, informação científica e recursos sobre esta tão importante área transversal a todo o saber. Trata-se de disponibilizar, de forma sintética e sistematizada, o produto do trabalho realizado por uma equipa multidisciplinar de investigadores nas áreas da educação e da psicolinguística. Permitirá compreender melhor a forma como as crianças aprendem a ler e a escrever e, assim, tomar decisões conscientes sobre as metodologias e abordagens pedagógicas mais eficazes.


quarta-feira, 16 de setembro de 2020

16 de setembro: Dia da Preservação da Camada de Ozono

    
        O Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozono, assinala-se hoje, 16 de setembro, e foi estabelecido pela ONU em 1994. Na edição de maio de 1985 da revista Nature, os cientistas britânicos Farman, Gardiner e Shanklin reportavam valores extremamente baixos da quantidade total de ozono observados durante os meses de outubro a março na Base de Halley Bay na Antártida. 
        As medições de ozono efetuadas com o espetrómetro TOMS (Total Ozone Mapping Spectrometer) instalado a bordo do satélite Nimbus-7 da NASA, que até aí tinham sido sistematicamente rejeitadas por serem consideradas extremamente baixas, tiveram de ser reavaliadas desde 1976, mostrando assim a verdadeira extensão do fenómeno observado em Halley Bay. 
Esta descoberta constituiu um verdadeiro choque para a comunidade científica internacional, pondo a descoberto uma ameaça de proporções globais com consequências a curto-médio prazo, sobretudo resultantes do aumento da radiação ultravioleta à superfície. 
      Mais tarde, Crutzen, Molina e Rowland, receberiam o Nobel da Química em 1995, pelo seu trabalho onde atribuíam a destruição massiva do ozono à ação dos clorofluorcarbonos (CFCs) de origem antropogénica. 
     Desde essa altura, em todo o mundo foram tomadas medidas para reforçar as medições de ozono com vista a compreender melhor este fenómeno. Sob a égide do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUA) produziram-se negociações que levaram à declaração política em 1985, da Convenção de Viena; esta convenção foi seguida, em 1987, por um acordo de ação internacional, o Protocolo de Montreal. O Protocolo foi um êxito; estima-se que até 2009, se tenha eliminado o consumo de cerca de 98% dos produtos químicos nocivos para o ozono; estima-se ainda que mais de 250 milhões de casos de cancro da pele e cerca de 50 milhões de casos de catarata terão sido evitados até o final do século. 
       A nível nacional, o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) adquiriu em 1987 dois espectrofotómetros Brewer, financiados pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT) com o objetivo de reforçar o programa de observação de ozono que nessa data possuía já uma estação em Lisboa. 
     Assim, Lisboa possui uma das mais antigas estações mundiais de observação de ozono; estas observações iniciaram-se nos anos 60 do século XX, continuando no presente a ser realizadas com o espectrofotómetro de ozono de Dobson #13 cedido pela International Ozone Commission (IOC). 
      Os novos instrumentos adquiridos (Brewer) de funcionamento automático, permitiam a realização de um maior número de observações que incluíam também a radiação solar ultravioleta, aumentando e melhorando significativamente o programa de observações manuais com o espectrofotómetro Dobson. Inicialmente, estes instrumentos foram instalados em Lisboa e no Observatório do Funchal; mais tarde, foram instalados no Observatório José Agostinho em Angra do Heroísmo e no Observatório das Penhas Douradas. Estes novos instrumentos permitiram cobrir a totalidade do território nacional e, ao mesmo tempo, uma vasta região do Atlântico Norte que carecia de medições de superfície, contribuindo assim para uma melhor compreensão da dinâmica do ozono estratosférico. 
     O êxito no cumprimento do protocolo de Montreal bem como a crescente preocupação com o aquecimento global (enquanto aspeto mais mediático das alterações climáticas devido ao aumento dos combustíveis fósseis), contribuíram para uma diminuição do atenção à questão do ozono estratosférico; consequentemente, verificaram-se reduções significativas do financiamento dos programas de monitorização do ozono na última década ficando, por isso, inoperativos muitos dos espectrofotómetros, quer em Portugal quer no resto do mundo. 
     No entanto, a monitorização atmosférica continua a ser necessária para acompanhar a evolução do ozono na estratosfera e, consequentemente, verificar se as medidas que foram tomadas para a redução das substâncias que o destroem foram realmente bem-sucedidas. 
    Há três anos, o IPMA retomou o programa de observações de ozono em Lisboa com o espectrofotómetro Dobson e na ilha Graciosa com o espectrofotómetro Brewer.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Recomeça...

 il. Olga Neves
Recomeça... 
Se puderes 
Sem angústia 
E sem pressa. 
E os passos que deres, 
Nesse caminho duro 
Do futuro 
Dá-os em liberdade. 
Enquanto não alcances 
Não descanses. 
De nenhum fruto queiras só metade. 
[…] 

Miguel Torga

Protocolo de atuação da BE João de Deus

domingo, 13 de setembro de 2020

Sugestão de Leitura: "O plano infinito" de Isabel Allende

SINOPSE
    Explorando pela primeira vez uma realidade distante do mundo sul-americano que lhe é tão familiar, Isabel Allende conduz-nos até à Califórnia da segunda metade do século XX, seguindo os passos de duas famílias: a do pregador Reeves que percorre o Oeste num velho camião, anunciando um Plano Infinito que justifica a existência humana; e a dos Morales, imigrantes mexicanos que vivem num bairro hispânico marcado pela violência. 
    Gregory Reeves, a personagem central do livro, cresce à sombra da pobreza e da negligência. Quando decide que o futuro só pode estar longe do bairro hispânico onde vive, e onde não passa de um gringo, parte em busca de algo melhor. O plano de que o seu pai tanto falava parece ser mais real do que Gregory gostaria de acreditar, e tudo acontece como se o destino estivesse traçado, sem que ele consiga evitar a sucessão de más decisões que afetam a sua vida. 
    Depois de um casamento falhado, da guerra do Vietname, da dor de perder um amigo e ver morrer tanta gente, Gregory regressa ao seu passado, sem aprender nada com os erros cometidos. Só mais tarde, quando é obrigado a enfrentar a realidade, começa a perceber que o seu destino depende apenas de si mesmo, e que o Plano Infinito pode afinal ainda estar em aberto.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Imagem do dia...

A imagem que estão a ver é do Colorado, nos Estados Unidos da América. Os habitantes deste estado norte-americano na segunda-feira andavam pelas ruas de t-shirt e calções com temperaturas a rondar os 34 graus. Na terça-feira, às seis da tarde, o termómetro já marcava 2 graus apenas. Durante essa noite, começou a nevar e todo o Estado ficou coberto de neve. Os meteorologistas falam numa frente fria que desceu do Canadá. As alterações climáticas estão cada vez mais a provocar fenómenos estranhos como este.

terça-feira, 8 de setembro de 2020

8 de setembro de 2020: Dia Internacional da Literacia


Criado pela Unesco em 1967, o Dia Internacional da Literacia, celebrado a 8 de setembro, visa concentrar as atenções mundiais na aprendizagem da alfabetização na aprendizagem ao longo da vida, com foco principal nos jovens e nos adultos.
Apesar dos progressos atingidos, os desafios de alfabetização persistem em cerca de 773 milhões de adultos em todo o mundo sem competências básicas de alfabetização, destacando-se cerca de meio milhão de portugueses sem essas habilitações.
Em 2020, a Unesco chama a atenção, durante a crise do COVID-19 e no pós-pandemia, para o ensino e a aprendizagem, alertando especialmente para as dificuldades acrescidas neste contexto, e para a importância dos educadores, na premente mudança, cuidarem das suas práticas pedagógicas.
O PNL2027 convida à participação no Encontro online promovido pela UNESCO no dia 8, entre as 12.30h e as 14.30h (hora de Lisboa): Literacy teaching and learning in the COVID-19 crisis and beyond. Atenção também à Cerimónia online de Entrega dos Prémios da UNESCO da Alfabetização 2020, que se segue entre as 15h e as 16h (hora de Lisboa). Mais informações.
Desafio PNL2027
Para assinalar este dia, o PNL2027 privilegia os jovens adultos e adultos - público que lhe é particularmente querido!
Assim, como forma de celebrar este dia, convidamos todos a oferecer um livro a um jovem ou a um adulto das suas relações pessoais: pais, filhos, avós, netos, namorados, colegas de trabalho, vizinhos, amigos, conhecidos ou outros.
Os livros são presentes muito apreciados em aniversários, no Natal ou simplesmente para dizer: “A pensar em ti”. Porque não oferecer um livro, neste mês especial, dedicado à Literacia?
Para encontrar boas sugestões recomendamos a consulta do Catálogo Livros PNL2027
Surpreenda…
                com um livro adquirido numa livraria ou numa feira do livro!
                Com um livro requisitado numa biblioteca perto de si!

8 de setembro: Padre António Vieira e a Natividade de Maria

Padre António Vieira e a celebração do nascimento de Maria:

“Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede o para que nasceu. Nasceu para que dEla nascesse Deus. (…) Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus” 

(Sermão do Nascimento da Mãe de Deus)

sábado, 5 de setembro de 2020

Poema da Semana: "Em todos os jardins" de Sophia de Mello Breyner

 

 "Em todos os jardins" 

Em todos os jardins hei-de florir, 
Em todos beberei a lua cheia, 
Quando enfim no meu fim eu possuir 
Todas as praias onde o mar ondeia. 
Um dia serei eu o mar e a areia, 
A tudo quanto existe me hei-de unir, 
E o meu sangue arrasta em cada veia 
Esse abraço que um dia há-de abrir. 
Então receberei no meu desejo 
Todo o fogo que habita na floresta 
Conhecido por mim como num beijo. 
Então serei o ritmo das paisagens, 
A secreta abundância dessa festa 
Que eu via prometida nas imagens.

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Início do ano letivo 2020-2021

Votos de um bom retorno e excelente ano letivo!
Biblioteca Escolar

Setembro 2020: Mês da Literacia

A Literacia remete, tradicionalmente, para um conjunto de capacidades de alfabetização identificadas com a aquisição de competências básicas de leitura, escrita e cálculo e consideradas uma parte intrínseca do direito universal à educação e à aprendizagem ao longo da vida.

A ONU e a UNESCO têm estado na vanguarda deste esforço global desde 1946, acompanhando as mudanças de um mundo cada vez mais digital, rico em informação e mediado por muitos tipos de textos.

O conceito convencional de literacia evoluiu muito desde então e o seu efeito multiplicador e multidimensional faz com que esta seja entendida, hoje, como um fator determinante para o desenvolvimento sustentável e um meio indispensável de compreensão, interpretação, criação e comunicação para todas as áreas do conhecimento e da vida humana. As literacias fazem parte do Quadro Estratégico do PNL2027 e dos seus Eixos de intervenção, expressos nas inúmeras ações dinamizadas com todos os públicos _ crianças, jovens e adultos _, no espírito da Declaração dos Direitos dos Cidadãos Europeus à Literacia, da ELINET (European Literacy Policy Network).


No mês de setembro, o PNL2027 junta-se à APEFA (Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos) na celebração do SMAL – Setembro, Mês da Alfabetização e das Literacias, comemora com a UNESCO o Dia Internacional da Literacia e promove o seguinte PROGRAMA: