domingo, 31 de janeiro de 2021

DeClara nº 39 Janeiro 2021

Folhear 4_Newsletter da EB João de Deus

Folhear 4 set.-dez._2020 por PB Abel Cruz
O link para aceder ao ebook digital da NewsLetter:


DeClara nº 39 Janeiro 2021

"A Revolta do 31 de janeiro de 1891", por Helena Quaresma, 6ºA

A Revolta do 31 de janeiro de 1891


A revolta do 31 de janeiro de 1891 foi um levantamento militar que teve lugar na cidade do Porto e que é considerado como a primeira revolta republicana, a primeira tentativa de derrube da monarquia e de implantação da República em Portugal.

No dia 31 de janeiro de 1891, no século XIX, um movimento republicano levou a cabo um levantamento militar contra a monarquia - que na altura tinha cedido ao ultimato britânico de 1890. A revolta parecia estar a surtir efeito quando, no antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, se ouviu Alves da Veiga (advogado e político republicano) proclamar da varanda a Implantação da República, na atual Praça da Liberdade.

Os revoltosos pretendiam dirigir-se para a Batalha, para tomar estações de correios, pela Rua de Santo António (após a República ser implantada, foi rebatizada para Rua de 31 de Janeiro), onde se deu um confronto armado. Terão morrido 12 pessoas e ficado feridas mais de 40. A meio da manhã, a rendição dos revoltosos consumava-se com os principais líderes a conseguir fugir para o exílio. Mais de 500 militares envolvidos foram julgados e condenados.

A rebelião não teve os efeitos imediatos desejados, mas foi um passo importante para que 19 anos depois a República viesse mesmo a ser proclamada em Portugal.

Helena Quaresma-6ºA
Professora Laurentina Ferreira

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

27 de janeiro: Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto


O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto é celebrado anualmente no dia 27 de janeiro, no aniversário da libertação do Campo de Concentração e Extermínio Nazi de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas em 27 de janeiro de 1945. Este dia foi proclamado como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto através da Resolução 60/7 [en] adotada na Assembleia Geral das Nações Unidas de 1 de novembro de 2005.

Esta data tem dois objetivos: em primeiro lugar, presta-se homenagem à memória das vítimas do Holocausto e, em segundo lugar, relembra-se a necessidade de combater o anti-semitismo, o racismo e quaisquer outras formas de intolerância que possam levar à violência.


Como escreveria Anne Frank, “o que aconteceu não pode ser desfeito, mas podemos impedir que volte a acontecer.”
O Diário de Anne Frank 2009 - Filme Completo

O Diário de Anne Frank em quadradinhos

Cibersegurança e Ensino a Distância


Dia 28 de janeiro, pelas 16h00, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) promove mais um Cibertema no formato Webinar, cuja sessão de abertura está a cargo do Diretor-Geral da Direção-Geral da Educação.

https://www.seguranet.pt/pt/noticias/webinar-ciberseguranca-e-o-ensino-distancia

domingo, 24 de janeiro de 2021

Carolina Beatriz Ângelo: a primeira mulher a votar em Portugal em 1911

Carolina Beatriz Ângelo, médica, republicana e sufragista, foi a primeira mulher a votar em Portugal, nas eleições realizadas para a Assembleia Nacional Constituinte, no dia 28 de maio de 1911.

O código eleitoral determinava o direito de voto a “todos os portugueses maiores de vinte e um anos, à data de 1 de maio do ano corrente [1911], residentes em território nacional, compreendidos em qualquer das seguintes categorias:

1.º Os que souberem ler e escrever;

2.º Os que forem chefes de família (…).”

Com formação superior e chefe de família, sendo viúva, Carolina Beatriz Ângelo reunia as condições para votar, uma vez que a lei não especificava que apenas os cidadãos do sexo masculino tinham capacidade eleitoral.

Após a rejeição pela Comissão de Recenseamento e pelo Ministério do Interior do seu requerimento para ser incluída nos cadernos eleitorais, recorreu para tribunal, onde obteve sentença favorável. O juiz responsável, João Baptista de Castro, era pai de Ana de Castro Osório.

O jornal A Capital, de 29 de abril, reproduz a sentença e termina a notícia:

“Representa este despacho das justiças da República uma vitória para o feminismo nacional (…). Tanto mais quanto essa vitória corresponde ao sentir íntimo dalguns dos membros do governo (…).

Os nossos parabéns, portanto, não só à diretamente interessada, como ao governo provisório, e ainda ao país (…).”

A Ilustração Portuguesa, em 5 de junho, faz uma reportagem sobre o voto de Carolina no dia 28 de maio, intitulada “Estão eleitas as Constituintes. A eleição de Lisboa”, onde destaca:

“Uma nota curiosa das eleições foi a de votar uma senhora, a única eleitora portuguesa, a médica D. Carolina Beatriz Ângelo, inscrita com o número 2513 na freguesia de S. Jorge de Arroios.”

O artigo é ilustrado com uma fotografia de Carolina Beatriz Ângelo, com Ana de Castro Osório, Presidente da Liga das Sufragistas Portuguesas.

24 de janeiro: Eleições presidenciais portuguesas de 2021

Em Portugal têm direito ao voto todos os cidadãos maiores de 18 anos, ressalvadas as restrições previstas na lei (por ex., em virtude de situação de acompanhamento nos casos em que a sentença de acompanhamento assim o declare).

O direito de voto é um direito pessoal e constitui um dever cívico assente numa responsabilidade de cidadania, ao qual não se encontra ligada nenhuma sanção em caso de incumprimento.

A Constituição determina que o exercício do direito de voto dos cidadãos portugueses residentes no estrangeiro seja regulado por lei, tomando em consideração o grau efetivo de ligação à comunidade nacional. A Constituição determina ainda que a lei pode atribuir a cidadãos estrangeiros residentes em território nacional, em condições de reciprocidade — isto é, se o seu país conceder direitos idênticos aos portugueses — capacidade eleitoral para elegerem e serem eleitos para órgãos autárquicos.

A lei pode ainda atribuir aos cidadãos dos Estados‑membros da União Europeia residentes em Portugal, em condições de reciprocidade, o direito de elegerem e serem eleitos deputados ao Parlamento Europeu.

Mas porquê votar?

Porque chegou finalmente o momento de intervires nos assuntos que te dizem, direta e indiretamente, respeito e que têm grande impacto na tua vida, em todos os domínios, sejam eles na educação, na saúde, no ambiente, na cultura, na segurança, só para referir alguns. Votando tens uma palavra na forma como o teu futuro se vai desenrolar, abrindo novas perspetivas e opções.

Porque nasceste num estado democrático, onde os cidadãos exercem o poder político através de sufrágio universal, igual e direto, reconheces o seu valor e tens consciência da luta e dos sacrifícios que muitos homens e mulheres fizeram para a conquistar. Ao exerceres o teu direito de voto estás a contribuir para o seu fortalecimento e consolidação.

Porque não queres deixar que decisões fundamentais sejam tomadas por outros no teu lugar. A partir de agora podes contribuir ativamente para a eleição dos representantes da Nação:
Presidente da República (representante máximo da Nação)
Legislativas (os nossos representantes na Assembleia da República)
Legislativas Regionais
Governo Regional dos Açores
Governo Regional da Madeira
Autárquicas (os nossos representantes nos Municípios e nas Freguesias)
Europeias (escolha dos representante nacionais no Parlamento Europeu)

... E ainda sempre que os cidadãos sejam chamados a pronunciar-se sobre questões importantes para a vida em sociedade, através de referendos, nacionais e locais.

sábado, 23 de janeiro de 2021

23 de janeiro: Dia Mundial da Liberdade


O Dia Mundial da Liberdade celebra-se anualmente a 23 de janeiro. Esta data foi criada pela ONU e proclamada pela UNESCO.

A liberdade é um direito de todos os seres humanos para realizarem as suas próprias escolhas, para traçarem o seu futuro e determinarem as suas opções de vida.

A Liberdade está consagrada na Declaração Universal dos Direitos Humanos no artigo 1.º: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

O Artigo 2.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos refere ainda que: “Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação.”

Não podemos deixar esquecer este direito que defende que todos os seres humanos são livres de realizar as suas próprias escolhas, de traçar o seu futuro e determinar as suas opções de vida.

Quanto às “liberdades”, temos:
  • Liberdade de consciência - direito de professar as opiniões religiosas e políticas que se julgarem verdadeiras.
  • Liberdade de imprensa - direito que os meios de comunicação social têm de emitir ou divulgar opiniões, factos, pensamentos, etc. , sem censura prévia.
  • Liberdade individual - garantia que todos os cidadãos têm de não serem impedidos do exercício dos seus direitos, exceto nos casos determinados pela lei.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Clube de Leitura nas Escolas - Webinar Formativo 22 de janeiro |15h

O Plano Nacional de Leitura 2017-2027 (PNL2027), em parceria com os Professores Ângela Balça (CIEC, UE) e Fernando Azevedo (CIEC, UM), promove, no dia 22 de janeiro de 2021, pelas 15 horas, um webinar formativo, com vista a contribuir para a dinamização mais informada dos Clubes de Leitura nas Escolas (CLE), uma iniciativa do PNL2027,

Pode assistir aqui: https://youtu.be/rP1Km6Ar48Y (implica registo no Youtube)

Saiba mais: http://pnl2027.gov.pt/np4/clubesdeleitura_acontece.html
 

sábado, 16 de janeiro de 2021

CNL2021 - livros selecionados e data_fase municipal

Fase Municipal em @ formato a distância
19 de fevereiro

Gabinete de Apoio às Bibliotecas e à Leitura da Divisão Municipal de Bibliotecas informa que a fase municipal do CNL decorrerá em formato à distância, no próximo dia 19 de fevereiro.

Para o ano 2020/2021, as obras de leitura obrigatória selecionadas são da autoria do premiado escritor de literatura infanto-juvenil portuense Álvaro Magalhães, nomeadamente:

1.º CEB - Contos da Mata dos Medos, Álvaro Magalhães, il. Cristina Valadas, ed. Assírio & Alvim.

2.º CEB - O estranhão: Livro 1, Álvaro Magalhães, il. Carlos J. Campos, ed. Porto editora.

3.º CEB - O rapaz dos sapatos prateados, Álvaro Magalhães, il. Patrícia Furtado, ed. Asa.

Ensino Secundário - O último Grimm, Álvaro Magalhães, il. Pedro Pires, ed. Asa.

 Anexa-se o cartaz disponibilizado pelo GABL para  divulgação nas vossas  escolas/alunos participantes.

O Regulamento desta fase será divulgado em janeiro.




Concurso Nacional de Leitura: Fase 1_ Alunos apurados para a fase 2

2020-2021

Alunos apurados na Fase Interna e que vão representar a Escola Clara de Resende na Fase Municipal, por nível de ensino:

 2º ciclo

  • Maria Rita Sá,  5º A
  • Miguel Meireles, 6ºB

3º ciclo

  • Marta Leonor Costa e Silva, 8ºF
  • Helena Bordalo de Sousa Samões, 7ºD

Secundário

  • Francisco Manta Rodrigues, 11ºD
  • Eliandro Ricardo João Luís de Melo, 12ºC

Parabéns aos vencedores e a todos os participantes!

Informação corrigida e atualizada a 18-01-2021


Filipe Froes, pneumologista e coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, em entrevista à SIC Notícias

Filipe Froes, pneumologista e coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, em entrevista à SIC Notícias, alerta que nos próximos dias se deve "esperar o agravamento dos números".

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Convite da RBE: Plano de Transição Digital na Educação: sessão online 14/01, das 10h - 12h

A Rede de Bibliotecas Escolares associa-se à Direção Geral de Educação na dinamização de uma sessão sobre o Plano de Transição Digital na Educação a realizar no próximo dia 14 de janeiro, das 10h às 12h. 

Assim, convidam-se todos os professores bibliotecários a participar na sessão, que seguirá o seguinte programa: 

  

- Abertura: Manuela Pargana da Silva, Coordenadora Nacional da Rede de Bibliotecas Escolares 

  

- O Plano de Transição Digital na Educação: José Vítor Pedroso, Diretor-Geral da Educação 

  

- O Programa de Capacitação Docente em Competências Digitais: Maria João Horta, Subdiretora-Geral da Educação 

  

- Tempo para perguntas e respostas através da sala de chat do YouTube (canal DGE) 

  

A sessão decorrerá online e em direto no canal YouTube da DGE: DGE - YouTube”  

  

(Link: https://www.youtube.com/channel/UCDM1UhWp9gUPSGWMXP6EwWQ) 

 

Melhores cumprimentos, 


Manuela Pargana Silva 

Coordenadora da Rede de Bibliotecas Escolares 



segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Concurso Nacional de Leitura: Fase 1


 E se…

 

E se não existisse tempo

O que seria um contratempo

Algo inesperado ou algo

Tão claro como um lago alagado

 

E se a realidade fosse a vida

O que seria a morte invertida

Algo motivado ou algo

Somente ingrato

 

E se o mundo fosse quadrado

O que seria o fim do oceano

Algo mundano

Tão falso como o tempo parado

 

E se existisse algo perfeito

Nada seria interpretado

Tudo estaria desconectado

Como uma lua sem sol

 

E se os pássaros não voassem

O que seria o céu

Apenas um reflexo de um oceano

Que procura o seu espelho

 

E se não existissem sonhos

O que seria a realidade

Algo inventado

Que procura ser algo na ilusão semeado

 

E se os sorrisos não criassem lágrimas

O que seria a contemplação de almas

Algo para alguns inexistente

E para outros tão presente

 

E se a vida…

E se a morte …

E se a esperança…

E o que está certo?

O que está errado?

E se Eu sou …

E se ele é …

E se eles são …

E se não existissem elementos …

E se eu não sou capaz? Se não consigo?

E se …

E se …

E se…

E se não existem “ses”

O que seria a pergunta

Que a estes versos deu estrutura?

E se tudo fossem “ses” e porquês existiriam outras dúvidas? Ou somente preguntas?

 

Seminário MILObs: Literacia Mediática na Biblioteca Escolar


Lei que resolve muitos problemas...


 

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

5 de janeiro: Noite de Reis; 6 de janeiro: Dia de Reis

Que os Reis Magos nos ajudem a encontrar a Estrela que iluminará o nosso caminho e que nos guiará a um futuro brilhante! 

Com Baltasar, Gaspar e Belchior ao encontro da Esperança!

Bom Ano 2021

 

domingo, 3 de janeiro de 2021

2º período escolar

Início: 
4 de janeiro

Interrupção Carnaval: 
15 a 17 de fevereiro

Fim:
24 de março


2021: Ano Internacional das Frutas e Legumes

 
O Ano Internacional das Frutas e dos Legumes será celebrado em 2021, decisão  proclamada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) 

As celebrações do Ano Internacional das Frutas e dos Legumes vão ser coordenadas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), operando em conjunto com outras entidades. Esta efeméride cumpre vários objetivos, sendo um deles promover a consciencialização e a atenção dos intervenientes políticos e públicos para os benefícios nutricionais e de saúde do consumo de frutas e legumes.

Outros objetivos do Ano Internacional das Frutas e dos Legumes são promover dietas e estilos de vida diversificados, equilibrados e saudáveis através do consumo de frutas e legumes e reduzir as perdas e o desperdício no sistema alimentar das frutas e dos legumes. Pretende-se ainda a partilha de boas práticas em vertentes distintas: promoção da produção sustentável e do consumo de frutas e legumes; melhoria da sustentabilidade dos diferentes processos do sistema alimentar das frutas e dos legumes (armazenamento, transporte, comércio, processamento, transformação, venda ao público, redução de desperdício e reciclagem) e das interações entre esses processos; integração de produtores de pequena dimensão nas cadeias de abastecimento e de valor locais, regionais e globais no sentido de assegurar a sustentabilidade da produção e do consumo de frutas e legumes; fortalecimento da capacidade de todos os países em adotar abordagens e tecnologias inovadoras para combater as perdas e o desperdício de frutas e legumes.

Estão previstas quatro linhas de ação para o Ano Internacional das Frutas e dos Legumes: consciencialização; criação e disseminação de conhecimento; cações políticas; desenvolvimento de capacidade e educação. Em 2021, a ONU também deverá agendar uma cimeira sobre sistemas alimentares. Em paralelo, devido aos condicionamentos causados pela pandemia de covid-19, o Ano Internacional da Sanidade Vegetal, celebrado em 2020, vai ter continuidade em 2021.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.

Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua. 
Ninguém anda mais depressa do que as pernas que tem. 
Se onde quero estar é longe, não estou lá num momento. 

Sim: existo dentro do meu corpo. 
Não trago o sol nem a lua na algibeira. 
Não quero conquistar mundos porque dormi mal, 
Nem almoçar o mundo por causa do estômago. 
Indiferente? 
Não: filho da terra, que se der um salto, está em falso, 
Um momento no ar que não é para nós, 
E só contente quando os pés lhe batem outra vez na terra, 
Traz! na realidade que não falta! 

Não tenho pressa. Pressa de quê? 
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos. 
Ter pressa é crer que a gente passe adiante das pernas, 
Ou que, dando um pulo, salte por cima da sombra. 
Não; não tenho pressa. 
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega - 
Nem um centímetro mais longe. 
Toco só aonde toco, não aonde penso. 
Só me posso sentar aonde estou. 
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras, 
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa, 
E somos vadios do nosso corpo. 
E estamos sempre fora dele porque estamos aqui. 

 Alberto Caeiro, Não tenho pressa: não a têm o sol e a lua.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

A Ronda da Noite I RTP1

https://www.rtp.pt/play/p1299/a-ronda-da-noite 


Poesia de Miguel Torga na voz do autor. O cinema em destaque com Inês N. Lourenço. E Kaputt, de Curzio Malaparte, agora editado pela Cavalo de Ferro, na conversa de Luís Caetano com Digo Madre Deus.|30 Dez. 2020

Sugestão do Professor:
 Paulo Freitas

"Carta a 2021" de José Eduardo Agualusa

Carta a 2021

"Querido 2021, seja bem-vindo!
Entre, a casa é sua.
Se não for pedir demais, nos devolva, por favor, todos os abraços que seu prezado antecessor nos roubou. Queremos também as gargalhadas dos parentes e amigos, o livre sorriso dos desconhecidos, a brisa no rosto.
Gostaríamos ainda de ter de volta a alegria das viagens; a tumultuosa euforia dos estados e dos grandes shows; todas as tardes em que não fomos beber cerveja com os amigos no boteco da esquina.
Não se esqueça de nos devolver aqueles jantares intermináveis, em que discutíamos o fim do mundo e como iríamos recomeçá-lo.
Hoje, que sabemos muito mais sobre o fim do mundo, essas conversas antigas me parecem todas um tanto ou quanto ingênuas. Contudo, mais do que antes, é importante conversar sobre recomeços. Trocar sonhos. Debater utopias.
Peço em particular que me devolvas festivais literários - dos quais, em 2019, eu estava até (confesso) um pouquinho enfastiado. Durante o seu reinado, quero muito regressar a Paraty. Não posso perder a FliAraxá, a Flup ou a Flica, em Cachoeira.
Eu, que não sou de futebol nem carnaval, agora sinto ânsias de me perder entre multidões, gritando, sambando, abraçando, me descobrindo nos outros. Quero dançar sem culpa. Quero poder voltar a abraçar meus velhos pais sem medo de os contaminar.
A maior invenção da Humanidade não foi a roda nem o fogo. Não foi o futebol, a feijoada, o samba, o xadrez, a literatura, sequer a internet. A maior invenção da Humanidade, querido 2021, foi o abraço.
Olho para trás e vejo a primeira mãe, acolhendo nos braços o filho pequeno.
O nosso pai primordial apertando contra o peito forte (e peludo) a mulher amada; dois amigos se consolando numa armadura de afeto. Depois desses primeiros abraços, alguma coisa mudou para sempre. O mundo continuou perigoso, sim, o mundo será sempre perigoso, mas passamos a ter o conforto de um território inviolável.
Foi o abraço que fundou a civilização.
Com elevada estima,"
José Eduardo Agualusa

"No teu poema" Carlos do Carmo[1939-2021]

 No teu poema

Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida

No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.

Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha.

No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano

Existe um rio
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra
E um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas

Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.

No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro.

Interpretação: Carlos do Carmo; Composição: José Luís Tinoco


1 de janeiro de 202: Dia Mundial da Paz

Celebração criada pelo Papa Paulo VI em dezembro de 1967. A partir de então, todos os anos, o primeiro dia do ano passou a celebrar o Dia Mundial da Paz. É assim desde 1968 sob um tema escolhido pelo próprio Papa. 

O tema deste ano é: A cultura de cuidado como percurso de Paz




 

Votos da Biblioteca Escolar


 

Recomeça...Feliz Ano Novo 2021


Se puderes

Sem angústia

E sem pressa.

E os passos que deres,

Nesse caminho duro

Do futuro

Dá-os em liberdade.

Enquanto não alcances

Não descanses.

De nenhum fruto queiras só metade.

 

E, nunca saciado,

Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.

Sempre a sonhar e vendo

O logro da aventura.

És homem, não te esqueças!

Só é tua a loucura

Onde, com lucidez, te reconheças…

Miguel Torga