segunda-feira, 11 de março de 2019

11 de Março de 1818: É publicado o romance "Frankenstein", de Mary Shelley

Frankenstein ou o Moderno Prometeu é publicado em 11 de Março de 1818. O livro, de autoria de Mary Wollstonecraft Shelley, de apenas 21 anos, é considerado por muitos como o primeiro romance de ciência ficção e terror da história. No enredo de Mary, um cientista dá vida a uma criatura construída de partes desmembradas de cadáveres. A criatura, doce e intelectualmente dotada, é enorme e fisicamente horrenda. Cruelmente rejeitada pelo seu criador, vagueia pelo mundo buscando companhia, tornando-se crescentemente brutal à medida que fracassa em encontrar um companheiro.
Pode-se comparar o Dr. Victor Frankenstein ao titã grego, Prometeu. Prometeu apoderou-se do fogo divino de Zeus, dotando os homens comuns de evolução distinta de outros animais e, assim como o ser supremo, também gozava da criação humana. Furioso, devido ao roubo do fogo divino, Zeus castigou Prometeu e acorrentou-o no cume do monte Cáucaso, propiciando que um terrível abutre dilacerasse o seu fígado, que sempre se regenerava por conta de sua imortalidade.

Zeus ordenou o castigo a Prometeu por 30 mil anos, mas o condenado foi libertado por Hércules que deixou em seu lugar o deus da medicina, o centauro Quíron, que já estava condenado em virtude de ferida eterna causada por uma flecha terrivelmente envenenada. Num gesto nobre, Quíron oferece a sua imortalidade em prol da libertação de Prometeu, com a intenção de acabar com o seu sofrimento eterno.
Mary Shelley criou a história numa chuvosa tarde de 1816 em Genebra, onde se hospedava com seu marido, o poeta Percy Bysshe Shelley e o amigo Byron, que propôs a cada um deles que escrevessem uma história macabra de fantasmas. Apenas Mary completou a sua. Embora servisse de base para histórias de horror e inspiração para inúmeros filmes no século XX, o livro Frankenstein é muito mais que uma ficção popular. A trama explora temas filosóficos e desafia ideais românticos acerca da beleza e dos valores da natureza.

Mary Shelley levou uma vida quase tão tumultuada quanto o monstro que criou. Filha do filósofo livre-pensador William Godwin e da feminista Mary Wollstonecraft, perdeu a sua mãe dias após o seu nascimento. Discutia com a sua madrasta, sendo enviada para a Escócia para viver com parentes adoptivos durante a adolescência. Quando tinha 17 anos, fugiu com o poeta Shelley, que era casado. Após a mulher do poeta cometer suicídio, em 1817, o casal contraiu matrimónio e passou muito tempo no estrangeiro, buscando escapar dos credores. Mary deu à luz a cinco filhos, mas apenas um deles viveu até à idade adulta. Ela tinha apenas 24 anos quando Shelley morreu afogado num acidente marítimo. Posteriormente, editou dois volumes de obras poéticas do falecido marido.
Passou a viver de uma pequena pensão do seu sogro, Lorde Shelley, até que o filho dela herdasse a fortuna e o título do sogro em 1844. Mary Shelley morreu aos 53 anos. Sendo uma respeitada escritora, Frankenstein e os seus diários ainda continuam a ser amplamente lidos.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Frontispício de uma edição inglesa de Frankenstein, de Mary Shelley, publicada pela Colburn and Bentley em 1831. Gravura feita por Theodor von Holst (1810-1844)

Retrato de Mary Shelley por Richard Rothwell exposto na Royal Academy em 1840, acompanhado pela leitura do poema de Percy Shelley'sThe Revolt of Islam onde a apelidava de "criança de amor e luz"

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