Quino, nome por que era conhecido
na família e que depois adoptou enquanto autor de BD, era filho de imigrantes
espanhóis da Andaluzia. A Mafalda é apenas uma das personagens – mas
indubitavelmente a mais conhecida – a que deu vida ao longo da sua carreira.
Autor de BD, historiador gráfico
e ensaísta, Quino conheceu o mundo do desenho ainda criança, por via da relação
com um tio desenhador gráfico, que entretinha os seus três sobrinhos com essa
sua arte.
Foi do traço de Quino que, entre
outras personagens, nasceu Mafalda. As linhas davam forma ao cabelo e à
fisionomia icónica daquela criança de seis anos que, desde a sua conceção,
servia como palco para a defesa pela igualdade de direitos para as mulheres —
mas também para as críticas sociais, polícias e económicas que o ilustrador
achava imprescindíveis serem feitas ao seu país, a Argentina.
Mafalda era a rapariga feminista,
irreverente, respondona e sempre pronta a desafiava as convenções do seu tempo.
Ao fazê-lo, trazia para junto dos leitores uma discussão que tem anos, mas que
em 2020 ainda está a ser tida em vários cantos do mundo. Num dos seus desenhos
mais icónicos, Joaquín Salvador Lavado Tejón, assim era o nome completo de
Quino, mostra Mafalda deitada na praia, para espanto da mãe, rodeada de pequenos
montinhos de areia sorridentes.
Quando esta, surpreendida pelo comportamento da filha, a questiona, a resposta surge como Mafalda já nos tinha vindo a habituar: "Não é nada demais, queria apenas saber como era sentir-me uma rapariga sexy."
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