quarta-feira, 19 de julho de 2023

Sugestões de leitura para férias e não só!

Um Ocidente Sequestrado ou a Tragédia da Europa Central
Milan Kundera 


Uma reflexão sobre a Europa de outros tempos, em que se lança luz sobre os desafios que o Velho Continente agora enfrenta. Um Ocidente Sequestrado ou a Tragédia da Europa Central reúne dois textos de Milan Kundera (1929-2023), escritor checo que passou grande parte da vida em França. O primeiro é um discurso, de 1967, proferido no Congresso de Escritores da Checoslováquia; o segundo é um artigo publicado, em 1983, na revista francesa Le Débat. Os dois refletem o ambiente da Guerra Fria, que então se vivia, e as grandes tensões na Europa. Textos nos quais se fala sobre a liberdade criativa e de expressão, o lugar das nações e a convivência entre povos e línguas diferentes. São preocupações que, hoje, nos remetem para os perigos dos movimentos nacionalistas e para a voragem censória, presentes em muitas sociedades ocidentais. 

Os Náufragos do Autocarro
John Steinbeck
Na sequência da reedição das obras completas de John Steinbeck, Prémio Nobel de Literatura em 1962, que já conta com 18 volumes publicados, incluindo os mais famosos As Vinhas da Ira, A Leste do Paraíso e O Inverno do Nosso Descontentamento, a Livros do Brasil relança agora Os Náufragos do Autocarro. Trata-se de um romance de 1947, no qual se descrevem as vidas e os anseios dos trabalhadores do Interior da Califórnia, paisagem comum a muitas ficções do escritor norte-americano. Com a avaria de um pequeno autocarro, os passageiros têm de pernoitar numa garagem transformada em pensão. E, em capítulos sucessivos, dá-se a conhecer o percurso biográfico de cada um. Comum a todos é a vontade de refazer a vida e de encontrar o caminho para a concretização dos seus sonhos. Uma prosa crua e direta, para descrever tantas vidas incertas.

Contos Plausíveis
Carlos Drummond de Andrade

Na coleção Os Melhores Deles Todos, dirigida por Abel Barros Baptista e por Clara Rowland, dedicada à Literatura Brasileira, um volume com os contos que Carlos Drummond de Andrade publicou em 1981 e que inicialmente escreveu para o Jornal do Brasil. “Estes contos (serão contos?) não são plausíveis na aceção latina de merecerem aplausos”, diz o escritor na apresentação. “São plausíveis no sentido de que tudo neste mundo, e talvez em outros, é crível, provável, verosímil. Todos os dias, a imaginação humana confere os seus limites, e conclui que a realidade ainda é maior do que ela.” Histórias curtas sobre pequenos e delirantes acontecimentos do quotidiano. Em posfácio, uma conversa entre Joana Matos Frias e Rita Patrício.
por Luís Ricardo Duarte
Jornalista

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