domingo, 24 de maio de 2020

"Bom Dia" de Yasujiro Ozu


Bom Dia de Yasujiro Ozu , Ohayô
«Mãe,
compra-nos uma televisão…»
Bom Dia (1959), Yasujiru Ozu

A sinopse de Bom Dia é a de uma história aparentemente simples. No Japão dos anos 50, numa vizinhança dada a mexericos, dois irmãos, Minoru e Isamu, são atraídos pela televisão de um jovem casal, a única do bairro, e, fascinados com o aparelho, pedem um aos pais, que recusam o pedido. Desiludidos com a conversa do pai e dos adultos em geral, os garotos decidem fazer greve de silêncio, instalando uma crise no seio da família. Após várias peripécias de alguns dias, os meninos descobrem que o pai se adaptou, comprou uma televisão, e tudo volta finalmente ao normal. O filme não se desenvolve apenas em torno dos dois irmãos, há toda uma série de personagens que habitam o mesmo bairro suburbano e que corporizam atitudes que Ozu aborda com um olhar crítico e sereno, reconstituindo uma espécie de cinema caseiro, no qual o peso principal recai sobre os problemas domésticos, o eterno conflito entre gerações e a ameaça do Ocidente ao Japão tradicional (embora a TV possa ser o veículo de transmissão da tradicional luta japonesa Sumo).

Numa iniciativa da Medeia Filmes, a «Quarentena Cinéfila com a Medeia Filmes», o nosso destaque vai para a exibição de Bom Dia/Ohayô, que estará disponível a partir das 12h de sábado, 23 de maio, até às 12h de terça-feira, 26 de maio de 2020. Recomendamos vivamente, aqui.

Info:
Género: Drama
Duração: 93 min
Classificação: M/12
1959 - Japão - Data de estreia: 24-07-2014

Ficha Técnica:
Realização: Yasujiro Ozu
Argumento: Yasujiro Ozu, Kogo Noda
Fotografia: Yuharu Atsuta
Montagem: Yoshiyasu Hamamura
Música: Toshirô Mayuzumi
Produção: Shochiku Co.
Com: Keiji Sada, Yoshiko Kuga, Chishu Ryu, Kuniko Miyake, Haruko Sugimura, Koji Shitara, Masahiko Shimazu

“Bom dia” retoma um antigo filme do próprio Ozu (“Nasci, mas…”), modificando a história para fazer sentido no período em que foi rodado: neste filme dois rapazes juram não voltar a dizer qualquer palavra até que os pais comprem um aparelho de televisão.

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