quinta-feira, 17 de agosto de 2017

António Nobre, o poeta "Só"

Poeta português do século XIX, foi no exílio em Paris que escreveu grande parte da sua obra principal, a única publicada em vida. "Só" é o retrato de António Nobre, um homem assombrado pela morte.
Passa a infância entre Trás-os-Montes e a Póvoa do Varzim e nunca mais volta ser tão feliz como nessas paisagens provincianas que recordará durante toda a vida.
António Nobre (1867-1900) foi um homem singular; combinava elegância com extravagância, o seu aspeto era único e os que o viam chamavam-lhe “a criatura nova”, talvez um sinal do modernismo que já espreitava Portugal nesse final de século.
Em Coimbra participa em revistas como “Boémia Nova”, esta fundada pelo amigo Alberto Oliveira. Porém, com dois chumbos consecutivos no curso de Direito, depressa troca a cidade dos doutores pelo exílio em Paris. Na capital francesa faz Ciências Políticas na Sorbonne e aprende mais sobre a dor humana. Sózinho e sem dinheiro, sente-se desterrado.
Por esta altura nasce o autor do “livro mais triste que há em Portugal”, como o próprio confessa.”Só” é feito de poemas amargos, de uma tristeza que espelha o homem doente que o poeta já desconfiava ser, um homem sem esperança, amargurado, afogado no tédio.
Nos últimos anos de vida faz várias viagens para recuperar a saúde. Por fim regressa à sua “pátria dos Lusíadas” para morrer na cidade onde nascera, no Porto.
Mais tarde, outros livros seus são publicados: “Despedidas” e “Primeiros Versos”. A correspondência do poeta é também reunida em vários volumes.

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