Abre o ano de par em par. Olha para ti olhos nos
olhos. Vê o que guardas e já não te serve. Vê o que está a mais. Não ocupes o
espaço das coisas importantes com coisas que não adiantam. Com coisas que
atrasam a tua vontade. Com coisas ocas. São as que pesam mais. Não guardes
ofensas. Não guardes rancor. Não guardes nada que te aperte. Nenhum atilho que
te impeça os movimentos. Guarda só os abraços. São a única coisa que, quanto
mais apertada, mais te liberta. Guarda os sorrisos, as flores e os corações.
Mantém os amigos verdadeiros. Não precisas de quem te procura só quando
precisa. Não precisas de nada que possas trocar. Não te curves para apanhar do
chão o carinho que alguém deixou cair. Varre-o. Não te serve. Não te curves a
não ser para estender a mão, não te baixes a não ser para ajudar alguém a
levantar. Deixa ficar a bondade e alguma raiva. Às vezes é preciso dar um murro
na mesa. Deixa ficar a poesia e a música. Canta, dança, escreve. Deixa ficar os
talentos que ainda não usaste à espera da altura certa. Está na altura de os
combinar com o novo ano. Não deites fora nenhum segundo. Não são uma gota no
oceano. É o teu tempo a contar. São 366 dias.
Faz com que conte!
Feliz Ano Novo...
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