sábado, 28 de março de 2020

Texto de opinião: Em defesa de uma regionalização moderada

A regionalização é, de facto, uma questão muito presente na discussão política, por ser um tema extremamente importante para o desenvolvimento do país. Embora o sistema centralizado atual não tenha, na prática, vindo a apresentar falhas imensas, é , a meu ver, de extrema relevância modernizá-lo através de uma regionalização, com vista à adaptação do sistema político aos problemas atuais da população.
Com efeito, esta regionalização, no meu ponto de vista, deve ser regrada e cuidada. Sou, assim, claramente contra os extremismos de tornar as regiões do Norte e do Algarve autónomas. No entanto, uma regionalização bem planeada tem muito de favorável a oferecer ao país. Para tal, é preciso que a regionalização consista apenas numa maior autonomia governativa das câmaras e dos concelhos que, desta forma, devido à atual verba que a maior parte das câmaras possuem e não investem, não traria quase nenhuns custos adicionais quer ao Estado quer aos concelhos. Tomemos o concelho do Porto como exemplo: os custos que a Câmara do Porto tem são, de facto, inferiores aos seus ganhos por não poderem, de forma rápida e fácil, aplicar os seus recursos na resolução de problemas. Logo, se o concelho gozasse de uma maior autonomia, os problemas regionais seriam resolvidos sem quaisquer prejuízos.
Na verdade, é também preciso perceber que não é uma obrigação do governo ter conhecimento de todos os problemas de todas as regiões. É, então, fácil de perceber que as pessoas mais informadas acerca dos problemas de uma região são a população dessa região. Ora, com uma regionalização, as juntas de freguesia e câmaras municipais teriam uma maior facilidade em aplicar políticas adaptadas à sua população. Desta forma, não só a qualidade de vida das populações locais aumentava, como permitiria ao governo um maior foco nos problemas nacionais, evitando-se assim as vastas burocracias impostas às políticas locais, como é o caso da construção e extensão da linha de metro do Porto, cujo projeto foi apresentado há alguns anos, mas, devido à centralização do poder, a sua construção tem sido infinitamente adiada.
Em suma, a minha opinião advoga uma maior regionalização do país. No entanto, esta regionalização não deve, de forma alguma, ser extrema sendo, assim, claramente necessária uma grande planificação para que, tal como já referi, não haja, por meio desta regionalização, grandes prejuízos quer para o Estado quer para os concelhos. Para mais, esta regionalização teria, segundo a minha posição, como principal objetivo, dar uma maior voz à população, permitindo a adaptação mais eficiente das políticas locais.
José Resende, n.º14, 12ºG
Professora Helena Sereno

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