Debruçada no parapeito da janela
Sou tipo coruja, sempre em sentinela
Mergulhada no oceano noturno
Neste pélago onde faço anéis de pensamentos
Tais quais anéis de saturno.
Todos ligados em torno de um só corpo
De um só núcleo, de mim.
Pensamentos invasivos,
Que me levam por vezes, à exaustão
Têm tanto de construtivos como de ofensivos
É no escuro que esqueço tudo
Mas me lembro de tudo
Que questiono tudo
Que devoro todos os cantos possíveis
Sempre em busca de uma resposta
Sempre sem sucesso
Acho que já me consciencializei
Da duvida efémera, que em mim habita
Do que significa ser algo que nunca serei
Colocar num pedestal um objetivo
Inalcançável e esperar alcançar…
Prefiro crer que sou quem tenho que ser
Acreditar que há em mim uma luz por nascer
Uma voz que me explicará
De como ser algo, ou alguém melhor
Que aja, sem somente jurar agir
Que se comprometa, que faça justiça
Algo que nunca fui, que não sou,
Mas que sonho vir a conhecer
Porque eu sou a minha bússola
Porque somente eu sou quem ambiciono ser…
Mariana Fernandes
Sem comentários:
Enviar um comentário