quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Poema "Debruçada no parapeito da janela"

 Debruçada no parapeito da janela

Sou tipo coruja, sempre em sentinela

Mergulhada no oceano noturno

Neste pélago onde faço anéis de pensamentos

Tais quais anéis de saturno.

Todos ligados em torno de um só corpo

De um só núcleo, de mim.

Pensamentos invasivos,

Que me levam por vezes, à exaustão

Têm tanto de construtivos como de ofensivos

É no escuro que esqueço tudo

Mas me lembro de tudo

Que questiono tudo

Que devoro todos os cantos possíveis

Sempre em busca de uma resposta

Sempre sem sucesso

Acho que já me consciencializei

Da duvida efémera, que em mim habita

Do que significa ser algo que nunca serei

Colocar num pedestal um objetivo

Inalcançável e esperar alcançar…

Prefiro crer que sou quem tenho que ser

Acreditar que há em mim uma luz por nascer

Uma voz que me explicará

De como ser algo, ou alguém melhor

Que aja, sem somente jurar agir

Que se comprometa, que faça justiça 

Algo que nunca fui, que não sou,

Mas que sonho vir a conhecer

Porque eu sou a minha bússola

Porque somente eu sou quem ambiciono ser…

Mariana Fernandes

Sem comentários:

Enviar um comentário