Programa Alimentar Mundial (PAM) das
Nações Unidas venceu o prémio Nobel da Paz. O anúncio foi feito esta
sexta-feira em Oslo pelo Instituto Nobel norueguês, que sublinha “os seus
esforços por combater a fome, o seu contributo para melhorar as condições para
a paz em áreas afetadas por conflitos e a sua ação como força motriz nos
esforços por evitar a utilização da fome como arma na guerra e em conflitos”.
O Instituto Nobel norueguês
lembra que a cooperação é mais importante do que nunca, que a guerra faz
aumentar a fome e que a pandemia veio tornar a ação contra a fome ainda mais
necessária
Criado em 1961 e com sede em
Roma, o Programa Alimentar Mundial é a maior organização no planeta a promover
a segurança alimentar. Todos os anos presta assistência a cerca de 90 milhões
de pessoas em mais de 80 países.
Com um valor de 10 milhões de
coroas norueguesas (918 mil euros), o prémio Nobel da Paz distingue “quem fez
mais ou melhor trabalho pela fraternidade entre nações, pela abolição ou
redução dos exércitos ativos e pela realização e promoção de congressos de
paz”. Alfred Nobel, criador destes galardões, não explicou o motivo por que
incluía a Paz como categoria, embora se saiba que era muito amigo da pacifista
Bertha von Suttner, que viria a vencer o prémio em 1905.
Segundo o testamento de Alfred
Nobel, o da Paz é o único atribuído por um comité formado por cinco membros
eleitos pelo Parlamento da Noruega, e não pela Academia sueca. Quando Nobel
instituiu os prémios, Suécia e Noruega tinham governo conjunto e é possível,
explica o Comité Nobel Norueguês, que a tradição menos militarista do país
tenha contribuído para tal.
Desde 1901, o prémio coube a 107 indivíduos e 24 organizações. O recordista é o Comité Internacional da Cruz Vermelha, com três distinções (1917, 1944 e 1963). O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados já bisou (1954 e 1981). Mais ninguém repetiu o prémio e só um laureado o rejeitou: Lê Duc Tho, militar e diplomata vietnamita, escolhido em 1973 a par de Henry Kissinger, secretário de Estado dos EUA.
in Expresso
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