sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Poema da semana: Um sopro fatal

Um sopro fatal

O suspiro do vento ecoa na rua

O silêncio estagnante de uma cidade crua

Cidade fantasma, nua, sem cor

Ausente da luz do Homem

Ausente do seu calor.

 

A alegria não é já medida pelos lábios

Nem tão pouco pelo simples abraçar

Somente a dá a conhecer aquele

Que ouse sorrir com o olhar.

 

O trivial gesto do enlace humano

É agora fruto proibido, temível

Gesto outrora alegoria ao amor

Revelou-se hostil, inadmissível.

 

As madames já não carregam no batom

Não idealizam vestimentas

Que vão de acordo com o seu tom

Para se ostentarem entre si

Comparam as mais sofisticadas

E famosas máscaras.

Por todas cobiçadas.

 

Este veneno silencioso

Não se acobarda pelos seus crimes

Não se faz justiça como nos filmes

Não responde pelos seus atos

Mas contabiliza as inocentes vidas.

Vítimas dos seus maltratos.

Mariana Fernandes

12ºG, N.º27


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