segunda-feira, 2 de novembro de 2020

"Rio fluído, rio que flui"

 Rio fluído, rio que flui

 

Rio fluído, rio que flui,

Flui agora nada mais,

Do que outrora fui.

 

Menina com olhos de vida,

Ela é maré, desmedida,

Turbulenta, desconhecida.

 

Esvoaçou-as que nem um anjo,

Asas que abriu ao sonho,

Rumo a um futuro,

Porventura mais risonho.

 

Anjinho de olho castanho,

Genuína e sem pecado,

Menina de olho castanho,

Sorriso injustificado,

Era porque o era, e era sem acanho.

 

Levava pedrinhas nas asas,

Ecoavam enquanto das mãozinhas lhe caíam,

Marcava a volta e a ida para a felicidade,

Mas tropeçou na sua singularidade

 

Não soube o que era ser diferente,

Esqueceu o caminho por onde veio,

E recusou olhar em frente.

 

Recolheu as antigas asinhas,

Anjo que já não voa,

Nem tao pouco lhe interessa,

O ecoar das pedrinhas.

 

Rio fluido, este rio que flui,

Flui somente agora, o que outrora fluiu,

O que fui e nada mais,

O que julguei por meu,

Afinal também pertencia aos demais.

Mariana Fernandes, 12.º G

 

Sem comentários:

Enviar um comentário