quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Bibliotecas do Porto abrem novas janelas à errância

Com tamanho património nas estantes, Bibliotecas do Porto abrem novas janelas à errância.

O livro e a leitura prosseguem a sua missão de errância para chegar “mais longe e mais próximo” dentro da cidade. Desde o primeiro dia do mês de fevereiro, mais de 800 publicações enchem prateleiras no espaço do Reservatório, na Pasteleira, dando vida à nova Biblioteca de Arqueologia. Com tantas histórias e património nas estantes, este é já o sétimo polo da Biblioteca Errante. Seis outros abrirão para “pulverizar uma geografia” e fazer nascer uma autêntica “cidade de bibliotecas”.

As citações pertencem ao diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, Jorge Sobrado, que anunciou que, “além da sua função de reserva arqueológica e para lá de gabinete de Arqueologia, hoje o Reservatório ganha uma biblioteca temática, com especial expressão na Arqueologia do Porto e do norte de Portugal, e, também, da própria história da Arqueologia”.
Os títulos – “uma coleção muitíssimo relevante de periódicos, de revistas especializadas, datados entre os finais do século XIX e o início do século XXI” - pertencem à Biblioteca Pública Municipal, cuja necessidade de obras espoletou a oportunidade de criação do projeto da Biblioteca Errante.
O diretor das Bibliotecas não deixou de mencionar exemplos como “a primeira encadernação da mítica revista de Arqueologia, ‘O Arqueólogo Português’”, de 1895, onde, acredita, “encontramos a missão da Biblioteca de Arqueologia do Porto e da Biblioteca Errante”.
“Para estabelecer relações literárias entre os diversos indivíduos que, por interesse científico ou mera curiosidade, se ocupam das nossas antigualhas, o melhor processo será pôr à disposição deles um jornal especial, onde tornem conhecidos do público, por meio de estampas e descrições, os objetos que possuírem e deem informações nas estações arqueológicas e monumentos de que tiverem conhecimento”, citou Jorge Sobrado.

No Reservatório, haverá, ainda, uma secção infanto-juvenil de Arqueologia. Este sétimo polo segue-se à Biblioteca de Assuntos Portuenses, à Biblioteca de Cinema do Cineclube, à Biblioteca Popular de Pedro Ivo, à Biblioteca Marta Ortigão Sampaio, ao Bibliocarro e à mais recente Biblioteca Digital Eugénio de Andrade.

Outras janelas desta errância serão abertas na Escola Secundária Alexandre Herculano, que vai receber a Biblioteca de Autores Portuenses, no Parque do Covelo, com a criação da Biblioteca de Humor ou na Casa da Poesia Eugénio de Andrade.

A completar a pulverização de espaços promoção da leitura pela cidade estará a Grande Biblioteca dos Periódicos Portuenses, a instalar na antiga Escola Pires de Lima, a Biblioteca do Vinho do Porto e, por fim, a Biblioteca de Guerra Junqueiro.


Injeção de sangue novo com mais 70 mil novos títulos na Biblioteca Almeida Garrett

Para o presidente da Câmara do Porto, a Biblioteca Errante é um projeto “profundamente poético, mas é também programático, estratégico”. “Estamos a pulverizar a cidade de livros e estamos a dar leveza, proximidade, às bibliotecas de leitura pública”, afirma Rui Moreira.

O autarca aproveitou o momento de abertura da Biblioteca de Arqueologia para adiantar que a Biblioteca Municipal Almeida Garrett (BMAG) “ganhará sangue novo” este ano. E por “sangue”, Rui Moreira refere-se à injeção de “um fundo extraordinário de 70 mil novos títulos, reforçando a sua vocação de grande biblioteca de leitura pública do Porto”. 57 mil estarão já disponíveis até junho.

Além disso, o Município está a avançar com a criação de uma Casa Forte na BMAG para receber, “nas melhores condições técnicas, o fundo de manuscritos e reservados da Biblioteca Pública Municipal”. O presidente da Câmara acredita que a operação estará concluída em outubro, “permitindo limitar aos meses de verão – tradicionalmente de procura muito reduzida – a indisponibilidade do acesso ao fundo de manuscritos e reservados”.

“Em suma”, reforça Rui Moreira, “o Município não se poupará a esforços para mitigar os constrangimentos que as obras na Biblioteca Pública Municipal inevitavelmente acarretam”. “Não deixaremos de garantir o acesso aos nossos fundos bibliográficos, em particular pela comunidade académica, nem de promover o livro e a leitura junto de diferentes públicos”, sublinha.

A Biblioteca de Arqueologia encontra-se disponível de terça-feira a sábado, entre as 10 e as 17h30 e o acesso é gratuito.


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