sábado, 2 de novembro de 2019

Atenção professores: Síndrome de Burnout, 7 tipos de sinais de alerta a que deve estar atento!

"Não aguento mais!" ou "Atingi o meu limite!" podem ser os desabafos de quem sofre da chamada Síndrome de Burnout.
Confira os sinais de alarme.
O que é a síndrome de burnout
A síndrome de burnout é uma entidade que pode surgir como resposta à exposição a um stress laboral crónico, perante o qual a pessoa sente que não tem estratégias adaptativas para lidar.
A definição deste conceito tem vindo a sofrer transformações, sendo no entanto consensual que é "uma resposta prolongada a stressores físicos e emocionais crónicos que culminam em exaustão e sentimentos de ineficácia" (Maslach et al., 2001), ou "uma resposta à pressão emocional crónica resultante do envolvimento intenso com outras pessoas no meio laboral" (Teixeira, 2002).
Apesar de poder ser desencadeada em qualquer tipo de atividade profissional, verifica-se uma maior predisposição para esta síndrome em profissionais de ajuda ou que impliquem o contato diário com pessoas a quem prestem determinado serviço (profissionais de saúde, professores, serviço social, entre outros), dada a elevada responsabilidade e exigência profissional, e o maior envolvimento emocional.

Como evoluí esta síndrome? Quais os níveis de gravidade?
De acordo com alguns autores esta síndrome pode ter 3 etapas de evolução:
  • Exaustão emocional - sensação de sobrecarga e desgaste, de exaustão física e emocional. Perceção de falta de energia para levar a cabo as atividades profissionais (e pessoais). O trabalho passa a ser visto como algo penoso e doloroso
  • Despersonalização/Desumanização - assumir de uma atitude mais distanciada na prestação de cuidados. Contactos mais impessoais e sem afetividade e pouco empáticos e humanizados com o outro. Barreiras cognitivas e emocionais em relação ao trabalho, àqueles a quem se presta serviços, aos colegas, aos superiores e à instituição
  • Baixa realização profissional - sensação de descontentamento e desmotivação com o trabalho, que conduzem à perceção de perda de sentido e interesse e consequente sensação de que o trabalho se tornou "um fardo". Como resultado, o investimento é cada vez menor, a sensação de realização profissional também e, a eficácia fica muitas vezes comprometida
7 tipos de sinais de alerta a que deve estar atento ("algo não está bem")
  • Problemas físicos: problemas gastrointestinais, taquicardia, sensação de falta de ar, tonturas, sudorese, tensão arterial elevada, problemas cardiovasculares, enxaquecas, fadiga profunda e crónica, dores e tensão muscular, alterações do sono (sobretudo insónia) e do apetite, fragilização da resposta imunitária
  • Problemas emocionais: tristeza, apatia, anedonia, alienação, frustração, raiva/revolta, tédio, desesperança, perda do orgulho e do sentimento de pertença, sensação de injustiça e falta de recompensa, irritabilidade, ansiedade, depressão, baixa autoestima, despersonalização
  • Problemas cognitivos: problemas de concentração e atenção, queixas mnésicas, confusão, maior lentificação na realização de tarefas, menor criatividade, pensamentos persistentes acerca do trabalho (ruminações), hipervigilância e necessidade de controlo
  • Problemas comportamentais: comunicação impessoal, atitude crítica, evitamento, impulsividade, reatividade, agressividade, abuso ou aumento do consumo de substâncias (tabaco, álcool, drogas, medicação), automedicação
  • Problemas sociais: isolamento, relações distanciadas ou com menor envolvimento e empatia, maior sarcasmo ou cinismo nas relações, problemas de relacionamento familiar ou menor convívio com amigos
  • Problemas existenciais: conflitos de valores e crenças, necessidade de redefinir a vida e as prioridades pessoais, raiva e revolta dirigidas à vida, alteração da visão que se tinha do ser humano
  • Problemas laborais: atrasos, absentismo, baixas médicas, turnover, maior número de erros no trabalho, menor tempo na prestação de serviços e menos cuidada, baixa realização profissional, vontade de desistir do trabalho, menor produtividade e eficácia profissional

Número de pessoas afetadas pela síndrome de burnout
Segundo dados de 2016 da Associação de Psicologia da Saúde Ocupacional, 17,3% dos trabalhadores portugueses estão em burnout. Este número tem vindo sempre a aumentar: em 2008 eram 9%; em 2013 eram 15%.
Mais de 87% dos trabalhadores portugueses não se sentem recompensados na sua atividade profissional. Em 2013, eram 73%
Cerca de 86% relatam situações de stress no trabalho, muito mais do que em 2013 (62%)
Entre 2011 e 2013, 21,6% dos profissionais de saúde portugueses apresentaram burnout moderado e 47,8% burnout elevado
Metade dos professores sofre de burnout, revela um estudo realizado por investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA)

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