domingo, 8 de dezembro de 2019

8 de dezembro: Dia da Imaculada Conceição

Francisco de Zurbaran, 1630
Imaculada Conceição significa que a conceção de Maria, mãe de Jesus, foi efetuada sem mancha (em latim, macula) do pecado original.
Desde o cristianismo primitivo que diversos Padres da Igreja defenderam a imaculada conceição da Virgem Maria. De facto, já no século VIII celebrava-se a festa litúrgica da Conceição de Maria aos 8 de dezembro, ou seja, nove meses antes da festa de sua natividade, comemorada no dia 8 de setembro.
A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 28 de Fevereiro de 1476 pelo Papa Sisto IV.
Em 1497, a Universidade de Paris decretou que ninguém poderia ser admitido na instituição se não defendesse a imaculada conceção de Maria, exemplo que foi seguido por outras universidades como a de Coimbra e de Évora. Em 1617, o Papa Paulo V proibiu que se afirmasse que Maria tivesse nascido com o pecado original e, em 1622, Gregório V impôs silêncio absoluto aos que se opunham à doutrina. No dia 8 de Dezembro de 1661 o papa Alexandre VII promulgou a Constituição apostólica Sollicitudo omnium Ecclesiarum em que defendia a conceção imaculada da Virgem Maria e proibia a sustentação de opinião contrária.
A Imaculada Conceição foi solenemente definida, como dogma, pelo Papa Pio IX através da bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854. (…) com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos:

A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis.”

A Imaculada Conceição e a história de Portugal
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A História de Portugal regista dois momentos apoteóticos na recuperação da sua independência, a saber: a Revolução 1383-1385 e a Restauração de 1640.
A Solenidade da Imaculada Conceição liga estes dois acontecimentos decisivos na História da independência de Portugal. Segundo a tradição foi o condestável D. Nuno Alvares Pereira quem fundou a Igreja de Nossa Senhora do Castelo em Vila Viçosa e quem ofereceu a imagem da Virgem Padroeira, adquirida na Inglaterra. Este gesto do Contestável reconhece que a mística que levou Portugal à vitória adveio da devoção de um povo a Nossa Senhora da Conceição.
Importa referir que, aquando da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques (1147), havia sido celebrado um pontifical de ação de graças, em Lisboa, em honra da Imaculada Conceição.
A espiritualidade que brotava da devoção a Nossa Senhora da Conceição foi novamente sublinhada no gesto que D. João IV assumiu ao coroar a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha de Portugal nas cortes de 1646. Assim, por provisão de 25 de Março de 1646, D. João IV proclamou solenemente:

(…) estando ora junto em Cortes os três Estados do reino (…) tomar por padroeira de nossos Reinos e Senhorios a Santíssima Virgem Nossa Senhora da Comseição (…) confessare deffender May de Deus foi concebida sem pecado original.

De tal modo a Imaculada Conceição caracteriza a espiritualidade dos portugueses que, durante séculos, o dia 8 de dezembro foi celebrado como "Dia da Mãe".

O feriado do dia 8 de dezembro é religioso, mas é também celebrativo da cultura, da tradição e da espiritualidade da alma e da identidade do povo português.

Fonte:
bula Ineffabilis Deus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imaculada_Concei%C3%A7%C3%A3o                                                                                        
http://risco-continuo.blogs.sapo.pt/564773.html                                                                                                   

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